SOU CHORONA, E DAÍ?

Se você é madura, durona, resolve tudo na conversa ou no tapa, sem derramar uma lágrima. Parabéns! Sou seu oposto. Eu choro.

Não que eu não resolva as coisas, mas antes eu choro.

Choro vendo filmes – de romances á comédias -, vendo comerciais, assistindo noticiário, ouvindo uma história qualquer que me contam. Choro porque você está chorando. Choro porque eu estou feliz, ou porque você realizou um sonho. E não raro choro porque choro.

Ah, eu choro quando perco a calma, quando discuto, quando digo algo além do que devia, quando me arrependo, quando sou ofendida e me exalto, quando não me entendem, quando levo bronca, quando não me ligam, quando me ignoram, quando amo sozinha, quando perco o prumo, quando alguém chega e quando esse alguém parte. Sou chorona mesmo!

Como se não bastasse, agora arrumei mais uma fonte para derramar minhas lágrimas: meus amigos blogueiros. Quando os visito e os textos são tristes, eu choro. Quando leio as poesias, as danadas brotam nos olhos. Quando vêm aqui e derramam seu carinho nos comentários, adivinhe? Eu choro.

No meu caso, nem adianta por a culpa na TPM, no signo, na idade, no fato de ter sido mimada. Sou chorona, e daí?

Meus filhos se divertem, sentam do meu lado e já perguntam: não vai chorar né, mãe?

Só sei que, de todas as minhas reações, o choro é o mais espontâneo, independente e livre de convenções.

Meus sentidos captam o fato, a emoção desce ao coração e a água, pura e santa, abunda nos olhos. Elas banham as pupilas e rolam pelas faces desnudando a alma. Revelam os segredos, o carinho, a ira, as fraquezas e até mesmo a força, porque não? Mesmo que essa última seja diminuta, ela me foi dada por Deus. Na medida certa estabelecida por ele.

Então eu declaro: que hoje seja o dia nacional do choro.

Que chorem os felizes, os tristes, os que sofrem, os cruéis, os que matam, os que ferem, os que observam, os que já se esqueceram como se faz.

Liberem o choro!

Lembre-se: você é humano. E, como humano, até Jesus chorou.

Etelvina de Oliveira
Enviado por Etelvina de Oliveira em 05/06/2009
Código do texto: T1633663
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