QUEM NUNCA COMEU MELADO...
Temos escrito um pouco sobre a língua e a cultura humanas, considerando sua importância impar nessa existência.
Certamente, as frases, adágios, histórias, etc. ajudam na compreensão da sociedade, da época, da odisséia humana...
O adágio popular que denomina este escrito, me remete a uma época na infância, quando havia (sempre, na geração mais experiente), a intenção de algum ensinamento moral pra que o futuro fosse melhor...
Assim, diante da ânsia (da geração mais jovem), em avançar etapas, os mais experientes diziam:
Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza.
Na primeira metade do século passado, na região de onde saímos – zona rural do Sertão Central de Pernambuco – era algo comum, a existência de plantações de cana de açúcar e, dos engenhos que moendo a cana, produziam rapadura.
Qualquer residente sabia que para produzir rapadura, dependia de moer a cana (produzindo a garapa), transformando o produto resultante da moagem da cana (garapa), através da ação do fogo, numa espécie de calda grossa que, colocada nas formas, secava e endurecia, tornando-se a famosa rapadura.
A geração mais jovem, no presente, precisa valorizar um pouco mais, as razoes da existência de muitas coisas que não compreende; porque através do conhecimento sobre porque as coisas são da forma como são ou funcionam, será possível construir um futuro melhor – em prol de si mesmo; alem de enriquecer sua mente com coisas que edificam.
O adágio popular, segundo o qual: QUEM NUNCA COMEU MELADO, QUANDO COME SE LAMBUZA.
Não faz sentido no momento atual, quando não existem mais os plantios de cana de açúcar, nem os engenhos que moíam a cana de açúcar.
Contudo, quando o compreendemos dentro do seu contexto histórico, faz sentido e, contem parte da memória de uma época que não volta mais...