Professora dá aula, poetisa escreve versos

Feliz ou infeliz daquele ou daquela, que nasce com a vocação impressa no DNA, para ser metida. A palavra metida, aqui usada no sentido de meter-se onde não foi chamado e não ser alguém soberbo.

As pessoas intrometem-se cheias de bons intuitos (ao menos esta pessoa em questão). Todavia diz o dito popular: “De boas intenções o inferno está cheio.”... Então, cabe aos leitores ( se eu os tiver), a melhor interpretação do texto.

Professor(a), por definição encontrada nos dicionários, é aquele (a) que ensina uma arte, uma ciência ou uma língua.

Quando se leciona numa escola pequena, situada numa zona rural, o panorama muda de figura.

O professor, em questão, passa a ser pai, mãe, enfermeiro, psicólogo, merendeiro, servente, secretário, supervisor, coordenador pedagógico entre outras funções. Quase sempre, sobra um tempinho para ele executar a função real pela qual é pago.

Mas retomando aquele ente que nasce metido, se ele for professor é pior ainda.

Conheço pessoalmente e convivo diariamente com uma destas criaturas.

Além de seus encargos, lecionado Matemática, Ciências e Educação Artística para alunos do quarto e do quinto ano do ensino fundamental, ainda arranja tempo para “fuçar” onde não é convidada.

Procura na Internet assuntos e atividades para professores de outras séries (principalmente em Matemática, para no ano seguinte, não receber alunos sem base alguma) ou disciplinas; completa os cadernos de chamadas das colegas; preocupa-se com a escala do recreio, com os sábados letivos ou se vão dar o sinal para o começo das aulas no horário correto e por ai vai...

Muitas destas atividades “extras” são realizadas fora do horário de trabalho, ou seja, em casa.

E quando a professora precisa ocupar sua hora atividade, na escola, fazendo SUAS tarefas escolares e uma colega falta neste dia...

Ela, professora metida, diz que não vai substituir e pede a outra colega que una as duas turmas(27 alunos no total) e dê a disciplina dela, é chamada de egoísta.

Egoísta?Não!Eu diria: BURRA!

Mas re_retomando aquele ente que nasce metido, se ele for professor e poeta é muito pior ainda.

Poeta/poetisa, por definição encontrada nos dicionários, é aquele (a) que faz versos; vate, trovador(a); idealista.

Conheço pessoalmente e convivo diariamente com uma destas criaturas.

Além das atividades que executa como mestra, a dita cuja em questão, ainda escreve algo que ela chama de versos. Publica-os em sites, os mais diversos da Internet.

Há uns quatro anos, ela fixou residência poética num destes sites. Tudo em perfeita paz e harmonia, convivência pacifica, tudo numa boa.

No entanto, apareceu neste local um local destinado à discussão pública. E lá foi a metida a participar ativamente...

Ajuda um aqui; ensina como faz um PPS ali; faz tutoriais dos recursos oferecidos pelo local; aceita a “cuidar” de tópicos alheios; troca mensagens positivas e carinhosas(excelente); conhece pessoas fantásticas e outras não muito... Mas metido que é metido de carteirinha, está sempre de butuca lidada em tudo.

Até que um dia, a metida não serve mais, é descartada como um absorvente usado...

Boazinha? Querida? A que a todos ajuda?

Não!Eu diria: BURRA! MIL VEZES BURRA!

Por isto que, de hoje em diante, este ser decretou-se a seguinte LEI:

Professora dá aula, poetisa escreve versos.

(Parágrafo único. Sem disposições ao contrário).

Obs.: Este é um texto de ficção, qualquer os personagens são imaginários. Qualquer semelhança com pessoas da vida real NÃO é mera coincidência.

Denise Severgnini
Enviado por Denise Severgnini em 06/06/2009
Código do texto: T1635008
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