VAI DAÍ UM ABRAÇO?

São Paulo, Bairro do Paraíso.
Caminho, pensando em irmão operado. Problemas normais da Editora. Etc...
Absorto nesse universo de  pensamentos, assusto com a voz de mulher, braços estendidos  em mihha direção:
- "Vai daí um abraço?"
Reluto um pouco, medo de uma armadilha. mas acabo cedendo. Abraço a menina. 19 anos, não mais. Mais nova que minha filha.
Atrás dela, um rapaz.  Outro abraço. E  outro. E mais outro. Uma fila interminável - e tomara que nunca termine. 
Sorrio. Estranho estarem de preto. Penso comigo: Deveriam estar de branco, ter asas.  Anjos surgidos do nada, mas com o significado de tudo. Tudo de bom.
Abraços... Sorrisos... Não é por nada que eu estava no Paraíso.
Porém - e sempre há um porém - a mulher passa por mim apressada, assustada, reclamando:
- "Eles querem é roubar minha carteira!"
Sinto pena por ela não entender o espírito da coisa.  


Roberto Bordin
Enviado por Roberto Bordin em 07/06/2009
Reeditado em 07/06/2009
Código do texto: T1636422
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