O LEÃO DECEPCIONADO

Como diria o Baldolino, personagem de Humberto Eco, na sua língua fresketa: “ por Deus, como cansa escreber doem já todoles dedos”.

E eu que não estou mais aqui, posso inventar uma historinha mentirosa ou “alterar pequenas verdades, para ressaltar a verdade maior”. Afinal, afirma o “seu” Humberto, que o mundo condena os mentirosos que sabem mentir, até mesmo sobre coisas mínimas, e premia os poetas que metem apenas sobre coisas grandiosas.

Eu sou poeta e não duvido disso, posso mentir grande.

Mas vamos ao que interessa: uma historinha,pode ser uma fábula, que tal a do “Leão decepcionado? –

- Eita! Mentir pode, mas fazer sua, uma história do outro, pode não!

- História de outro, nada! História de árabe e história de árabe não tem dono, é de quem conta, além do mais o Loqman, já morreu faz tempo; se duvida, pergunte pro Jamil Almansur Haddad.

E pra seu governo eu sei que vou agradar, tem até aquele finalzinho: moral da história.veja, confira:

Um leão que o sol castigava foi procurar sombra na caverna. Mal se viu instalado ai, um lagarto trepou nele, fixando-se em seu dorso. O Leão ergueu-se subitamente, olhou à direita e à esquerda, e, não vendo nada, começou a dar sinais de pavor. Uma raposa que estava ao lado, percebeu o que estava acontecendo e pôs-se rir. Então o leão disse: “Eu não tenho medo de lagarto, mas o que me enfada é a sua insolência e o pouco respeito que ele me tem.”

Moral da história: às vezes o desprezo faz sofrer mais do que a própria morte.

Feche a cortina e eu que não estava aqui continuo não estando.

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 10/06/2009
Reeditado em 10/06/2009
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