Eu, você, nós!

Palavras preenchem espaços enormes dentro de mim quando ditas pela sua boca...

Olhar...Ah esse olhar! Transborda meu ser com a mais pura e inebriante emoção...

Corpo... Pode ter utilidades banais, até imorais. Em nós é vida, sensação pura do complemento que não pôde ser, mas permanece erodindo em cada movimento, em cada toque, em cada telepatia...

O “ser” e “estar” da vida nos chega como gotas de orvalho, apesar da noite fria traz vida, alimento para um ser aparentemente inanimado, mas que desabrocha quando, por fim, o sol aquece e desperta para um novo dia...

O que posso falar do coração? Um órgão que nos mantém vivos com suas batidas? Ou quem sabe (acredito ser a verdade) uma pequena parte que acelera ao teu olhar, que bombeia adrenalina se sente o teu coração a pulsar no mesmo ritmo, a chegar e dominar, inundando ainda mais esse pequeno órgão de prazer e tcham!...

O “eu” parecia tão pequeno, solitário, infinitamente “eu”.

Engraçado, “aquele” só pode ser “você”, pois ao aproximar-me o “eu” entrou em parafuso, em metamorfose...

Descubro o porquê é que o teu “eu” completava o meu “eu”, fundindo-se num único “nós”!

Setembro de 1992