ERA UMA VEZ...

Feriado prolongado é sempre oportunidade de pequenas viagens, reencontrar amigos, receber parentes em casa. É quase sempre sinônimo de festa. Neste último feriado eu não viajei, mas tive o privilégio de reencontrar alguns parentes queridos que há muitos anos eu não via. E é um momento ímpar, uma oportunidade única de relembrar o passado, recontar histórias, dar as mesmas gargalhadas de antes. Você resgata o prazer incondicional de estar ao lado dos seus.

Os acontecimentos da vida nos levam a caminhos diferentes em busca de novas oportunidades, e assim acabamos nos afastando dos parentes mais íntimos como primos, tios, avós, enfim, parentes queridos, muito queridos. A única coisa que fica são as lembranças da infância ou da adolescência, os momentos que passamos juntos e que marcaram. Esses ficam para a vida toda. Mas com esse reencontro eu acabei descobrindo algo muito interessante. Passe o tempo que passar, por mais que as pessoas mudem, cresçam, se casem, ou descasem, tenham filhos, ou netos, elas ainda permanecem as mesmas, as raízes permanecem as mesmas. O amor de antes ainda é o mesmo, o sorriso de antes ainda é o mesmo, o brilho do olhar, ainda que meio cansado ou um pouco mais triste, ainda é o mesmo. As lembranças ressaltam à memória como se tivéssemos nos separado a apenas uma semana! As novas carinhas que se juntaram à grande família, parece que sempre estiveram lá e até mesmo os que já se foram também estão mais presentes do que nunca. Serão lembrados sempre e para sempre!

Com esta minha pequena história, gostaria de dizer que por mais que mudemos de vida, estudemos, fiquemos ricos talvez, mudemos de cidade ou até de país, nossas raízes serão sempre as mesmas! Seja você quem for hoje, tenha a certeza de que leva consigo muito daquele passado em que você nasceu, cresceu e se reconheceu um dia como ser humano. Tenha você boas ou más lembranças de seu passado, tenha ele bons ou maus exemplos em sua vida, de qualquer maneira, ele está aí. Uns querem eternizá-lo, outros exorcizá-lo, mas ele está presente, faz parte de você.

Neste maravilhoso reencontro de minha família, estavam algumas gerações, começando por minha querida avó, Sra. Laurentina Fermiano do Prado, com 94 anos, até minha sobrinha, a pequena Flávia Batista Cassiano, com apenas 3 aninhos. Entre essas gerações, muitas outras se fizeram, enredadas por um único laço, o laço familiar, tão importante na construção do ser humano. A família é, portanto, o verdadeiro alicerce de nossas vidas. É nossa identidade, nossa história. E que possamos recontar essa nossa história infinitas vezes aos nossos filhos, netos, bisnetos e que nunca contemos seu fim, mas que possamos dizer sempre: Era uma vez...

Crônica publicada no jornal VOZ DA TERRA, da cidade de Assis, em 16/06/2009.