Billboard, Orkut e Afins

Tenho medo da minha língua. Mas esse "afraid" não é na mente, no coração, na espinha não. É um medo que vem de fora, de terceiros, do mundo.

Sabe como é o meu inglês? Uma merda. Com ele estive em dois estados norte-americanos, desenrolei no Kennedy quando perdi o avião para Flórida, fiz gracinha com a atendente da AA no LaGuardia, em NY, lasquei bitocas em umas loirinhas em Tampa, reclamei com a garçonete do Friday's da Quinta Avenida, enchi o pote em Miami e talz. Mas, e daí? Quantos mal sabem o "I am" e ou "you are", vão e voltam sãos e salvos? É verdaaade. Mas em algum momento eu disse que sei bem o idioma da terra do Tio Sam? Eu arranho. Mas como filhote recém-nascido de gato: só um pouquinho.

Agora, convenhamos. Quando ponho os pés na Terra Brasilis, o meu "aurélio cerebral" é ligado, automaticamente. Sou alfabetizado e acho que tenho obrigação de falar e escrever corretamente a minha língua. Só eu não!...

E... Não é que eu goste de música. Quem não gosta? Gosto, também, de acompanhar a sua história. Quem fez e quem faz. Sou fã da maioria dos tops da música americana e não me omito: tenho alguns ídolos na MPB mas confesso que, como o leite fervido e frio na panela, a nata é quase nada. Tive que ceder ao pagode e ao sertanejo para engrossar o meu "repertório" (uma seleção que deu trabalho para meia dúzia de boas opções). Mas não esqueço que sou do século passado (sim, eu sou do Século XX) quando ouço um Pixinguinha, ou Espinha de Bacalhau, do Severino Araújo, um bolero interpretado por Luis Miguel, ou Carimbador Maluco, do Raul Seixas.

No mp3 player, no meu fake do Iphone e no case do carro não faltam bons CDs de house. Na estrada, na velocidade máxima permitida, ou até off-road, o som do carro vai lá pra cima. É uma viagem. (Quanto estrangeirismo!)

Dia desses entrei para a comunidade do Orkut da Billboard no Brasil - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=468480. Gosto de saber o que estão falando, por aqui, das listas, dos grupos, dos discos etc. Acesso pouco. Às vezes para tirar alguma dúvida depois de acessar a página da Billboard ou de ler alguma matéria na Internet. Hobby.

Em uma enquete onde os membros selecionam dois astros de uma lista para o paredão do BBB (Big Brother Billboard), encontrei essa pérola:

Marcos - Concertesa [sic] a Lady gaga e a Amy winehouse. (Com certeza). Valha-me Santo Aurélio!

Assim como uma infinidade de "afim de você", "afim de ir", "afim disso", "afim daquilo" e "a fim" mesmo, nada, tenho observado um não tão pequeno número também de "concerteza". Essa mutação obedece regra. O termo é feio, equivocado mas tem estrutura para, um dia, entrar para o nosso vocabulário já "tão rico". Então, no "com certeza", como só há "m" antes de "p" e "b", cai o "m", entra o "n" e nasce o termo "concerteza". (Drumond se revirando no túmulo).

Agora, reportando-me ao Marcos da comunidade do Orkut, gostaria de saber o motivo pelo qual ele trocou um já enraizado "z" por um volúvel e desafinado "s". Nem questiono a "nova regra" que permite começar nome próprio com minúscula. Isso também rola direto na crônica cotidiana.

Me ajuda aí, Marcão!