Não sou advogado do diabo, mas...

Mesmo que você não acredite no diabo não haverá desconforto algum você continuar essa leitura, ou se você morre de medo do capeta, quem sabe você até se torne advogado dessa figura insuportável, seja de imaginar, seja de conceituar. O problema é o seguinte, dois pontos: primeiro ponto: não agüento mais ver gente fugindo de suas responsabilidades e jogar a culpa no cão. Segundo ponto: não sou advogado do diabo, mas acho injusto o que estão fazendo com o coitado. É malignidade demais com o maligno.

É comum conversamos com pessoas cheias de problemas que atribuem a culpa dos seus atos ao coisa-ruim. Tipo: “O diabo me oprime e me faz ser grosseiro com minha esposa”, ou “o demônio me forçou a cometer adultério”, e como diria o Jeremias: “Foi o cão que pagou pra nós beber”. Então agora ninguém faz mais nada de ruim? É sempre o bicho-de-chifre que faz no lugar das pessoas. Ninguém mente mais, ninguém rouba mais, ninguém agride mais, ninguém trai mais. Tudo é satã quem faz. Pôxa! Só existem inocentes possessos nesse mundo? Não quero comprar briga com os que afirmam a participação de satanás em tudo de mau que acontece, mas não concordo que a culpa seja só dele. É uma injustiça. E tem mais, em muitas crueldades, opressões, maldades, crimes e et cetera o indesejável príncipe das trevas não se envolveu, não estava no local do crime e nem sequer foi o autor intelectual. Tem crimes que o sujo Lúcifer está limpo. Estou dizendo que nós, seres humanos, somos capazes de fazer maldades sozinhos. Isso mesmo; somos competentes para praticar o mal sem a ajuda de nenhum morador do inferno. Tem pai que joga a filha de seis anos pela janela do apartamento sem que o diabo dê idéia. Sozinho, ou mesmo com ajuda da mulher, eles conseguem essa performance perversa. Outros são pedófilos, outros são corruptos e corruptores, outros violentos com (des)méritos pessoais naquilo que fazem.

Se digo que o outro é o culpado, não preciso mudar, não me responsabilizo, não me comprometo. É a rota de fuga mais comum. Se quisermos resolver nossos próprios problemas será necessário, em primeiro lugar, assumir a nossa culpa, depois corrigir nosso comportamento e finalmente, reparar os prejuízos que causamos. Só assim, demoliremos nossos infernos, exorcizaremos nossos demônios e construiremos nossos céus, no coração, em nossos lares e em nossas comunidades. Deus vai nos ajudar.