O Real no Virtual (ou será o oposto?)

Acabo de sair do Orkut.

Que coisinha mais viciante esse tal de Orkut!

Aliás, viciante mesmo é a virtualidade.Tanto,que se a gente bobear,acaba vivendo somente dentro de uma tela de computador.

Computador (ou sem ela...),contudo, o lance é meio mágico!

Gosto de entrar aqui pela manhã,bem cedo,antes de sair às obrigações diárias.Eu já falei isto antes ,mas sei lá,parece mesmo que o virtual fica mais fantástico e portanto mais irreal na madrugada.

Sinto-me como se estivesse absolutamente só na rede,o que não deixa de ser uma manifestaçãozinha velada de onipotência .Escrevendo ,escrevendo,lendo e lendo.

Pra mim,que sou uma tímida muito bem maquiada,vem a calhar.

Nos chats,por exemplo,a gente pode ser a criatura mais desejável e a mais detestável também.Basta que nossos dedinhos e nosso desejo nos conduzam.O melhor de tudo é que a gente pode dizer.

Tudo o que vive entalado na garganta do lado de cá,porque a nossa natural censura moral, aquela que nos acompanha há milênios não permite,toda a censura dança legal!

Eu vejo com reservas toda a manifestação virtual,porque na maior parte das vezes, é mera fantasia maluca das nossas cabeças tortas.

Mas gosto de me aventurar nesta estrada ainda bastante incógnita pra mim.Sinto que, de algum modo ela me ajuda a crescer emocionalmente.

É como escrever e ser lido aqui.

É como conviver com o diferente.

A gente fica vulnerável à crítica honesta,o que às vezes dói mais do que enxaqueca.Dor maior,porém, é a mentira,que sempre se me assemelha a uma dor de dente.

Dói mais o olhar vivo e brilhante que nos fita com desaprovação à palavra escrita .Sempre se pode optar o que fazer com eles de qualquer modo.

Palavras duras a gente até deleta,se a dor ficar insuportável.

Olhares são cortes permanentes.

Zully Oney Teijeiro Pontet
Enviado por Zully Oney Teijeiro Pontet em 30/05/2006
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