Série Ego em Prosa - 7) Banalização do sexo e de tudo

Banalização do sexo e de tudo

00:10. Era para esse artigo estar online ontem, dia 02/03/2008, mas, por alguns minutos, não fará tanta diferença.

O tema escolhido para hoje é: a banalização. Diariamente, mulheres são apelidadas de frutas, devido a proporções ou tamanho de partes do seu corpo. Na mídia cada vez mais aumentam os números de rebolados, coreografias e músicas que tratam a mulher e o sexo como banal, fútil, sem valor ou imoral.

Uma reflexão faz-se necessária, diante de um quadro tão aterrorizante: as mulheres lutaram para ter independência e muito mais para conquistar seu espaço no mercado de trabalho. Enfrentaram um sistema patriarcal, romperam as barreiras do “homem é quem manda”, para adquirir seu espaço, conciliar casa, trabalho, filhos, casamento. E, quando se liga a televisão, o que se vê são músicas ofensivas, que desvalorizam e colocam a mulher em um patamar muito abaixo do que ela merece. Mais ainda, o que é valorizado são proporções e tamanhos de certas partes do corpo, nada de inteligência, beleza real, destaques para a maternidade, as conquistas. Tudo gira em torno de corpo e frutas!

Bela salada mista, não? Como se isso não fosse o suficiente, o sexo também deixa, para a maioria esmagadora das pessoas, de ser um momento íntimo, de entrega entre duas pessoas que se amam, que constroem a cada dia seus relacionamentos, para ser libertinagem, puro desejo e instinto sexual, sem sentimentos ou saber quem é o outro. Ao invés do “fazer amor”, agora o modismo é “transar”. E há uma diferença entre as duas categorias: fazer amor é quando, como dito acima, há cumplicidade, desejo, prazer, segurança, fidelidade, um relacionamento sólido, amor, carinho, paixão, até mesmo libido. Quando se transa, é simplesmente o ato de ter sexo sem envolvimento.

Há pessoas que dizem serem capazes de ter um sentimento mesmo no ato de transar. Mas, levando para o lado extremo da coisa, o que se vê são pessoas entregando-se a qualquer um, simplesmente para sexo e nada mais. Sexo casual é bom, é saudável, faz bem para a pele, e longe desse artigo ser contra o sexo. Contudo, sexo é um momento íntimo, onde nós despimos nossas máscaras sociais, roupas, e estamos pronto para entregar-se ao outro, que também se encontra despido de tudo. Agora, o que as pessoas fazem, às vezes, é “com qualquer um, em qualquer lugar”.

É um tema polêmico, que provavelmente gera controvérsias até na hora de escrever. Apenas temos que pensar a respeito da ética, do respeito a si próprio, a seu corpo e ao outro. As pessoas deixaram de acreditar no poder do amor, dos relacionamentos, talvez por terem se machucado por amar alguém, serem traídos ou não correspondidos, e resolveram não mais se envolver, conhecer outra pessoa, e simplesmente curtir a vida, transar, beijar na boca. E estão mais do que certas. A vida recomeça ou, como dizem os jovens “a fila anda”, “a catraca roda”. Fazendo bem, que mal tem? É um momento necessário ou simples defesa contra o amor, não importa. Só temos que ter responsabilidade e consciência das DST’s e AIDS, e usar camisinha sempre, ter todos os cuidados para evitar que a vida , de repente, por irresponsabilidade nossa, deixe de ser aproveitada.

Quanto ao tema anterior, mulheres, vamos reagir! Está na hora de serem novamente valorizadas, respeitadas, honradas como mães, esposas, cuidadoras do lar, trabalhadoras, guerreiras. Não só como frutas, seios, bumbum. Vocês são mais que isso! No mais, pessoas em geral, curtam bastante, façam muito amor, tenham muito sexo com qualidade, não somente quantidade, usem camisinha. Vamos fazer com que o momento seja especial, que o desejo, o tesão, a libido, a paixão, o fogo que arde entre dois corpos seja um momento para ficar na memória como inesquecível de forma positiva.

Gu Oliveira
Enviado por Gu Oliveira em 21/06/2009
Código do texto: T1660455
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