Até que os anjos os separem

Em algumas parábolas Jesus tratou de dar uma explicação aos seus discípulos, uma dessas foi a do joio, descrita no capitulo 13 de Mateus. O joio, plantado sorrateiramente pelo inimigo enquanto o proprietário da terra dorme e que cresce junto ao trigo, são os filhos do maligno. O trigo, a boa semente, são os filhos do reino e o campo é o mundo. O Mestre orienta deixar os dois crescerem juntos, pois vai chegar um dia em que eles serão separados pelos anjos, além do que a extração imediata do joio na roça, como propuseram os lavradores, pode danificar o trigo que está junto dele.

Relendo a parábola acho que se aplica também a um outro campo, tão grande como o mundo; o campo da nossa mente. Desde criança vem o Semeador plantar a boa semente, que são bons valores ensinados por seus discípulos de diversas maneiras. São valores aprendidos na leitura da Palavra, na comunhão com seu Espírito e no exemplo de boas pessoas. Mas esse campo (nossa memória) também é alvo de invasão inimiga que planta o seu joio da maneira suja e colonizadora. A influência dessas duas culturas vai estar presente em toda nossa vida. Não vai dar para os separar no campo das nossas reminiscências sem causar prejuízo ao fruto da boa semente, porque estão juntos. O mal está junto com o bem no campo da memória assim como o bom está junto com o mau no campo que é o mundo. Eles crescem juntos, colados. Se arrancar um leva pedaço do outro. Enquanto formos humanos carregaremos o mal e o bem dentro de nós. Enquanto o mundo for mundo, pessoas boas e más conviverão. Somos ambíguos, o mundo é ambíguo. Se separar seremos metade, perderemos nossa integridade.

Escolha uma das duas plantinhas para regar. Sugiro a boa semente. Deixe-a ser o que mais lhe influência e o que torna a sua lavoura mais garbosa.

Até que os anjos os separem.