POR QUE NÃO VENDE LIVROS DE POESIA?

1) POR QUE NÃO VENDE LIVROS DE POESIA?

Observando um artigo da Revista Bravo On-line da Editora Abril: Onde estão os novos poetas? (url: http://bravonline.abril.com.br/conteudo/assunto/assuntos_348907.shtml) e as ponderações dos poetas, nos comentários sobre o artigo, relatando das dificuldades encontradas para publicar e vender Poesia no Brasil um questionamento me ocorreu: nós poetas compramos livros de Poesia? Vamos até as livrarias, entramos em sites que vendem livros de Poesia e pedimos a obra de um determinado novo autor, de uma editora de pequeno porte? Quantas vezes no ano compramos livros de Poesia?

Se nós poetas que, supostamente devemos ser os maiores leitores de Poesia, não comprarmos livros de Poesia com frequencia como exigir das Editoras que nos publiquem... Afinal, se nem nós compramos livros de Poesia, então para que o desejo de publicar em papel nossos poemas? Para ver livros deste segmento encalhados na prateleira da livraria e no depósito da Editora? Bem sabemos que o grande editor só publica o segmento que tem procura e vende porque ele objetiva o lucro e a segurança de não perder dinheiro com o livro que edita.

Constatação interessante! Alguns autores e músicos são encampados por empresas grandes depois que o público dele pergunta, insistentemente, por suas obras ou cds nas livrarias. Exemplo mais visível é o do Padre Fábio de Melo, que ficou famoso através do pequeno grupo de comunicação: a Canção Nova. Ele lançava seus livros e discos pela Paulus (Edições Paulinas) e hoje tem seus cds lançados pela Gravadora Som Livre e livros e cds lançados pela Editora Canção Nova. Em todas as livrarias encontramos seus livros e cds que têm, também, Poesia na sua essência. Foi o seu público ouvinte e leitor que possibilitou a sua inserção nas grandes livrarias: pedindo e comprando seus cds e livros.

Quando nós tivermos o hábito de comprar, pedir pro livreiro a obra poética de um determinado autor e de ler Poesia através de livros formaremos uma corrente positiva de leitores e teremos a chance, se tivermos talento e abnegação, de um dia publicar sem tirar dinheiro do bolso e vender... É preciso ler primeiro: livros de Poesia, para aquecer o mercado nesta área... Jamais querer que outros comprem nossos livros sem nos propormos a comprar os livros de outros poetas! Jamais será possível publicarmos para valer sem criarmos o hábito de comprar antes de publicar: livros de Poesia!

Se nos habituarmos a comprar livros dos poetas presentes na estante, e também livros de autores novos ou não, das pequenas editoras, nas livrarias grandes: ex. na FNAC, NOBEL, SICILIANO, SARAIVA, CULTURA, LIVRARIA DA VILA, etc., mesmo que tenhamos de voltar na semana seguinte, porque o livreiro terá de se comunicar com a Editora do autor do livro para poder encomenda-lo e lhe vender, e no caso de morarmos no interior ou no campo, próximos ou em cidades pequenas sem livrarias, nos habituarmos a comprar pelos sites de Editoras que editam Poesia na internet, conseguiremos, aos poucos, um espaço maior para os Poetas nas livrarias e sites de compras de livros pela internet, caso contrário, não sairemos desta quase estagnada situação: da pouca venda de livros de Poesia em nosso País!

Eu em 11 anos de costumeiro prazer em comprar livros de Poesia para leitura já devo ter em casa, contando livros inseridos em obras completas, por volta de 1000(mil) livros de Poesia! Para vender é preciso comprar pessoal, se vender o mercado se abre para nós, se não vender o mercado se fecha para a Poesia.

Poetas! Vamos comprar livros de Poesia, descobrir novos autores, redescobrir os autores clássicos e os autores clássicos esquecidos, só assim, nós estaremos ajudando a nossa classe e ampliando o mercado de Poesia e nosso espaço nas livrarias e sites de Editoras que vendem livros de Poesia pela internet! O Poeta, acima de tudo é um grande leitor, certo? Então não é tão difícil aumentar, paulatinamente, a divulgação, a venda e o espaço dos livros de Poesia nas livrarias, correto? É só darmos prioridade aos livros de Poesia! Ao invés, de comprarmos um celular novo e último modelo, ao invés de trocarmos nosso carro 98 por um carro novo, que tal? Investirmos, mesmo que sejam parcos os nossos recursos: em POESIA!

2) O QUE ACARRETARÁ O NOSSO COSTUME DE COMPRAR LIVROS DE POESIA EM LIVRARIAS E/OU NOS SITES DAS EDITORAS QUE OS PUBLICAM ?

Ao compramos livros de Poesia em livrarias ou sites de Editoras que publicam livros de Poesia poderemos colocar, em visibilidade maior: as obras poéticas, por quê?

Geralmente, livros de Poesia ficam em locais escondidos nas livrarias e sites virtuais. Nas livrarias, observem, eles estão geralmente nas estantes dos cantos e nunca centrais. Algumas vezes escondidos na prateleira baixa com pouquíssima visibilidade e até sem o informativo, placa que diz: POESIA. Como existe e bem visível para: ESOTERISMO, AUTO-AJUDA, ESPIRITISMO, DIREITO, ADMINISTRAÇÃO, MEDICINA, ENGENHARIA, etc. Nos sites das Editoras não aparecem na página inicial e muitas vezes não são nem “lincados”.

O que acarretaria se nós comprássemos continuadamente livros de Poesia em livrarias: Estes livros migrariam, aos poucos, dos locais que estão para posições mais centrais e de mais destaque na loja, porque vendem mais que outros segmentos, e todos que forem à uma livraria veriam nossos livros, folheariam os mesmos e seria mais fácil, através da costumeira leitura dinâmica, gostar do livro e compra-lo. Poderiam, também, nossos livros figurar nas mesas de entrada das livrarias como os mais procurados, porque seremos vendáveis. Sem contar com a ajuda publicitária das Editoras, da Mídia Impressa, e até do Rádio e da Televisão que encampariam também, os Poetas! Relembrando, nós, os poetas, somos muito mais leitores de livros do que a quase totalidade da população brasileira!

Certamente que o simples fato de comprarmos livros de Poesia em livrarias ou site de Editoras, num primeiro momento, não irá abrir espaço para que uma quantidade expressiva de novos autores de Poesia possa publicar gratuitamente seus livros e nem abrirá espaço para autores que querem vender os livros que já publicaram: seja de forma independente ou por pequena Editora: aquelas quase sem acesso às estantes das livrarias. Porém, com o decorrer dos anos, a tendência será o aumento expressivo nas vendas.

A procura incessante por livros de Poesia e a efetiva compra dessas obras poéticas desembocará, em alguns anos, na procura pelas Editoras de novos escritores de Poesia, sem custos para o autor do livro, para figurarem nos seus quadros de autores e elas negociarão a presença do livro de Poesia nas estantes das livrarias, sem receios, porque não terão as Editoras prejuízos financeiros ao publicá-los, pois, tornaram-se vendáveis.

Só assim, creio eu, deixaremos de custear nossos livros de Poesia e fazer das tripas coração para vende-los, além é claro de ver abandonada a afirmação de parte dos poetas: Poesia não é vendável! E certamente aparecerão alguns: BESTSELLERS!, felizardos que viverão a Vida como sonham: escrevendo poemas.

Enfim, façamos uma conta matemática: quantas pessoas escrevem poemas na internet? Incalculável, certo? No Recanto das Letras são mais de 50 mil inscritos. Se cada recantista, suponhamos que existam 20 mil poetas cadastrados que postam p´ra valer poemas, comprar 2 livros de Poesia por mês em média em livrarias, principalmente, ou sites de editoras pela internet, serão vendidas 40 mil unidades mês, multiplicadas por 12 (meses do ano) - teremos 480 mil unidades vendidas por ano, multiplicadas por 30 reais em média (custo de uma unidade) teremos, só com os recantistas movimentado, em dinheiro: 14 milhões e 400 mil reais, o que é uma quantia considerável. Realizemos esta conta, agora, somando todos os escritores e amantes de Poesia do Brasil, o quanto não movimentará de dinheiro, não é verdade?! Não é tudo o que o editor quer: dinheiro?! Será mesmo que não pode haver espaço para os Poetas mais preparados publicarem seus livros, serem expostos e venderem nas livrarias, amigos e amigas recantistas? Arregacemos, então, as mãos e compremos livros de Poesia!

Abraços, amigos e amigas recantistas!

Fiquemos com Deus,

Alexandre!