CRIANÇA DIZ CADA UMA... (1)

Pedro Bloch, médico pediatra e escritor, mantinha uma coluna na revista Cláudia. Ali ele contava historinhas interessantes e engraçadas sobre crianças. Eu me deliciava com aquela página mensal. Tomando-lhe emprestados a idéia e o título – sem autorização -, presto-lhe homenagem.

Flavinho, 5 anos, caçula temporão, fim de rama, sentado no colo do pai, folheando álbuns de fotos. De repente:

- Pai, eu queria um irmãozinho...

- Não pode filho, quando você nasceu mamãe operou. Ela não pode mais Ter

filhos...

- Mas, pai, tu num tem piroca?

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Gui passou a tarde com a tia-avó tomando banho nas cachoeiras próximas à cidade de Pirenóplis, Goiás. No finalzinho da tarde, a tia o chamou pra ir embora:

- Peraí, tia, deixa eu me despedir da água mais um pouquinho.

- Vamos, Gui a bisa(1) já deve estar preocupada...

- É mesmo, tia. Quem sabe até ela já tá morta, né?

- Que é isso Gui, não fale isso nem de brincadeira – repreendeu-lhe a tia.

- Eu quis dizer “morta de saudade”, tia... – disse-lhe o pirralho, franzindo o

cenho.

(1) bisavó

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Tínhamos um poodle-toy chamado Shalom; Daniel, meu filho, aos seis anos, tinha verdadeira adoração pelo animal. Um dia o dálmata do vizinho apareceu lá por casa e começou uma brincadeira de cachorro com o Shalom: morde daqui..., derruba dali..., cheira ali..., cheira aqui...; de repente o cão do vizinho deu a impressão de querer penetrar o nosso cachorrinho que parecia gostar da brincadeira; Daniel, vendo aquilo, se aproximou de mim, quase chorando e disse:

- Pai, parece que nosso cachorro é viado!!!!

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Aroldo Pinheiro
Enviado por Aroldo Pinheiro em 01/06/2006
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