"Curricullun Vitae"

Esses dias pensando no nada, me ocorreu uma dúvida. A pessoa que criou o tal “Curriculun Vitae”, acredito eu, pretendia melhorar o elo entre a empresa interessada em contratar alguém para o preenchimento de alguma vaga e a pessoa que procurava um emprego, apesar de que “de boas intenções o inferno está cheio”,será que ele sabia (e se sabia ganhou muito dinheiro), que uma simples folha de papel movimentaria alguns milhares de reais? (não entraremos no mérito mundial)

Desde a indústria de celulose e papéis, indústria gráfica, fabricantes de canetas esferográficas, e agora mais recente, fábricas de tintas para impressoras, fábrica de CDs, papelarias, lan houses, sites de “como montar um bom currículo”, e até a indústria da reciclagem, todos envolvidos direta e indiretamente no processo do tal “Curriculun Vitae”, a sua fabricação (papel e gráfica), a sua compra, o seu preenchimento, seja por caneta ou montado no WORD e impresso, a entrega na empresa e por último a lata de lixo reciclável.

E qual o motivo de estar escrevendo isso? Simples, quem nunca montou um super currículo baseado em especialistas, que vira e mexe, estão na televisão mostrando como fazer um, e entregou a um colega ou diretamente na porta da empresa com aquela esperança de ser chamado, bastando estar no lugar certo, na hora certa e ser visto pela pessoa certa, pois bem, 98% dos “Curriculun Vitae”, isso mesmo, 98% não são lidos, são rasgados e jogados fora.

Não estou deduzindo, me baseio em uma colega que trabalha no setor de RH de uma empresa (não há necessidade de divulgar o nome desta empresa), que quando contratada (por indicação) ficou indignada ao ver a cena e não apenas uma, mas várias vezes, quando me contou, juro que fiquei pasmo, quantas pessoas deixaram de comprar o pão do seu filho para comprar ou imprimir o tal currículo, sem saber que muitas vezes iria ser jogado diretamente no lixo.

Vocês poderão dizer que há exceções, como tudo há uma exceção, porém em quantas centenas de milhares de empresas, seja o ramo que for, estarão fazendo isso neste exato momento? Imaginem então esses currículos eletrônicos? São deletados ou escolhidos no “minha mãe mandou...” e o restante “delete” neles.

Como disse no início do texto, é um mercado promissor, principalmente com essa “crise” inventada apenas para enriquecer ainda mais os ricos (que nunca se contentam com o que tem), agora pensando ecologicamente, quantas árvores foram derrubadas para a fabricação do papel, que mais tarde iriam parar no lixo, e as usinas hidrelétricas construídas para gerar energia justamente para essas fábricas envolvidas no processo já citado.

Então porque não se cria um banco de dados único em micro regiões (já existe algo semelhante em São Paulo, como o PAT – Posto de Atendimento ao Trabalhador – e as Centrais de empregos dos sindicatos), e a empresa que quisesse contratar alguém acessaria apenas o banco de dados e procuraria pelo perfil desejado, acabaríamos com essa hipocrisia, essa vergonha do “Curriculun Vitae” criada apenas para alimentar a esperança do trabalhador desempregado e os ricos ganharem mais dinheiro.

Regor Illesac
Enviado por Regor Illesac em 29/06/2009
Reeditado em 03/07/2009
Código do texto: T1672515
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