VIDA ALTERNATIVA

Vida Alternativa

O cidadão precavido cuida bem da sua alimentação,mas as vezes cede diante das tentações do “prato” e dos amigos.Por exemplo;

Um dia eu estava num aniversário e o almoço era feijoada.Ele logo que olhou disse que estava “fora”.Perguntado o motivo ele disse que era hipertenso.Um amigo,cambono de um médium de um centro que faz cirurgia virtual resolveu logo o dilema sugerindo que ele tomasse Captopril caso a pressão subisse.Aí ele olhou para a feijoada e quando já ia pegar uma bela duma concha recuou.Resolveu que não comeria um prato tão rico em colesterol.

Dessa vez quem chegou perto dele foi o aniversariante que disse estar decepcionado pelo fato do cara não comer a feijoada preparada com muito carinho e toucinho para os amigos.O comedido cidadão disse para o aniversariante que o colesterol dele era um pouco alto.O aniversariante não pensou duas vezes,gritou a esposa e pediu que desse dois comprimidos de Sinvastatina ao convidado,já agora saindo do estágio de precavido para o de medroso.Disse então que após a farta degustação o “medroso” tomasse dois comprimidos da Sivastatina,e de 20 mg.

Aí ele pensou,pensou e chegou a conclusão que a feijoada não lhe faria mal.Aproximou-se da mesa e mais uma vez,na hora de pegar a primeira concha parou,pensou bem e disistiu.Dessa vez veio uma senhora de 80 anos e perguntou o motivo de tanto cagaço(reparem que ele já mudou de estágio).Ele respondeu que com certeza aquele prato também alteraria a glicose dele e foi bastante objetivo ao dizer que não comeria a tal da feijoada.

Chegou perto dele então um gordo,aposentado da TELERJ,filho da senhora de 80 anos,sugerindo que tão logo ele acabasse de comer a inocente feijoada deveria tomar dois comprimidos de Glucovance,na opinião do aposentado o melhor remédio para glicose.O medroso,cagão,etc.,etc, resolveu definitivamente cair dentro do feijão.Chegou bem pertinho e lembrou que era um prato muito pesado e ele depois não iria conseguir dormir.Dessa vez chegou a cunhada gorda do gordo aposentado e disse que ele não se preocupasse,tão logo acabasse de comer o raio da feijoada ele tomasse dois comprimidos de Digeplus.Garantiu que ele se sentiria leve como uma bailarina.Aí acabou a novela; pegou o prato,a concha,pimenta,etc.Enfiou literalmente a concha lá no fundo da panela e colocou aquela maçaroca no prato.Mas parou no caminho.Lembrou que um prato tão carregado iria esculhambar o fígado dele.Aí um negão já bastante aborrecido gritou:-Se esculhambar o “figo” tu toma chá de boldo ,ô seu merda(vejam que já mudou o estágio). Ele olhou para o negão e perguntou se não haveria preocupação nem com uma possível diarréia,ocasião em que o negão gritou com voz firme:_Pô meu irmão,se “dé” caganeira você come broto de goiaba e toma um copo de Genebra.

Diante de tantos médicos da vida,diante de tantas alternativas de sobrevivência o cara caiu dentro da feijoada.Comeu três pratos.

No outro dia,já em sua casa ele teve uma diarréia de causar inveja a qualquer pato.E mais,vomitava o tempo todo.Chegou então a conclusão que não deveria ter cedido diante das pressões dos convidados.

Quando o homem já estava bem debilitado e sendo conduzido na “mulambulância” do Posto de Saúde Santa Rita,no Jardim Atlântico,Itaipuaçu,para o mortuário Conde Modesto Leal,chegou uma senhora rezadeira e mandou que ele se deitasse na cama.Fechou os olhos e com um galho de arruda exorcizou o morimbundo:

-Sai desse corpo toxina,sai que ele não te pertence,sai caganeira de merda....Deixa esse pobre homem continuar vivo.

Em seguida deu sete porradas com o galho de arruda no buzanfa do quase “de cujus” e mandou que ele tomasse soro caseiro por uns três dias.De imediato a rezadeira falou e disse:-Já sei,não sabe preparar o soro.Toma nota aí misinfio; Mistura em um litro de água mineral, filtrada ou fervida (mas já fria) com uma colher (do tipo de cafezinho) de sal e uma colher (do tipo de sopa) de açúcar.

Pois bem,o cara nunca mais teve nada e hoje come mocotó,rabada,torresmo,etc.Em suma,é mais fácil viver do que morrer,o ser humano é que complica a vida induzido pelos planos de saúde..

Enorê Rodrigues
Enviado por Enorê Rodrigues em 30/06/2009
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