Mirava, naquele distante dia..

Ela olhava da Janela que ficava em frente ao mar. Um mar bravio, com longas e gigantescas ondas costeando a fina faixa de areia. Era inverno, mês de julho, férias escolares, a praia estava vazia e um vento acoitava os poucos desavisados que caminhavam na praia. Torres era um lugar lindo e frio, muito mais gelado no inverno... O Parque da Quarita, e os morros....Entretanto, o cerro que ela mais amava era o do Farol. Foi chamado, primeiramente, de Torre Norte por ser a primeira torre que se avista no sentido norte-sul.

Ela sabia que o objetivo desse farol era sinalizar a existência de terras aos navegantes. Este farol é uma construção de madeira, com umas rodas em cima, tendo esta roda com janelas nas cores em vermelho, amarelo e branco, que giravam em torno de um lampião a gás, caiu em uma forte tempestade em 1935. O farol atual possui 18 metros de altura, acendendo de 8 em 8 segundos, sendo visto em noites claras a uma distância de 8 milhas marítimas ou 12 Km. Porém, o que ela mais gostava era o ( morro) um chapadão elevado com cerca de 600 metros de largura e altitude superior de 46 metros e meio.

Era um local ideal para se avistar as belezas naturais da cidade, podem-se ver todas as praias, as torres, a Lagoa do Violão, as serras, as dunas e a Ilha dos Lobos. Adorava esse lugar, não só por sua beleza, mas porque ali vivera a maior parte da sua vida. Ali, também o sorriso dele ficara impregnado em todas as rochas, grutas, morros ou ondas que quedavam na praia. Lembrava, nitidamente, daquele dia, num remoto ano, ao qual, não recordava em dígitos, no entanto relembrava do braço que a segurara da queda no morro do Farol.

Entre o braço dele a queda iminente dela no morro surgira o amor dos dois. Mirava, naquele distante dia, o mar batendo na costa, sentada na encosta do morro. Quando jogou o dorso para frente, segurando-se somente com os pés, no intuito de pegar uma florzinha amarela para fazer um malmequer ou bemmequer. Então, foi deslizando sem conseguir se segurar em nada, havia muito vento, o que dificultava mais ainda, pensou que morreria naquela queda gigantesca morro abaixo. Entretanto, sentiu um braço segurando-a e uma voz sussurrante como um vento minuano nas encostas: assim a tua queda vai ser nos meus braços.

Isa Piedras( 29/06/2009)

Marisa Piedras
Enviado por Marisa Piedras em 30/06/2009
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