Prazer da selva

Quando amanhece, sentimos o cheiro da mata, do frio, da altura.

É hora de fazer uma higiene. Acampar, sempre é bom quando tem água perto. Facilita tudo. Tem como lavar-se, limpar e colher frutas selvagens, que só devem ser ingeridas por conhecedores.

As nascentes ou riachos da montanha alta são extremamente confiáveis para o uso, principalmente a água de sai da pedra. Pura, puríssima, gelada pela própria natureza, isenta de qualquer aditivo químico. Renova a vida de todos nós que vivemos na poluição, tudo tem odor de limpo, saudável, renovador.

O fogo, ou melhor, as brasas que queimam na vala cavada, com madeira encontrada no caminho e arredores, servem para fazer a refeição primeira. O gosto varia. Uns preferem esquentar o pão, acompanhado de queijo. Outros acrescentam presunto ou linguiça, o que dá um sabor delicioso ao café da manhã.

As brasas que serviram para defender o acampamento, agora exalam um cheiro de café, pão torrado, defumados.

É outro mundo, outra vida, que somente os que se atrevem na montanha alta desfrutam, nada se compara.

Muitas cores, ar delicioso, cores diferentes, e a Natureza ou diversa, ou estranha para quem não a conhece. É quando o homem sente o gosto pelo que o cerca, não blocos de concreto armados, mas outra paisagem de cores e amores

Tudo é tão simples!

Afastamo-nos da nossa realidade, quando ela está tão próxima.

Acaso você já tomou, lá pelas nove horas da noite, uma sopa de aveia?

Parece prato da alta culinária francesa? Não. É apenas água, um pedaço pequeno de toucinho defumado, aveia e um prato que faz repetir algumas vezes.

Acampar e escalar não sobrevivem sem estes complementos. Pelo menos aqui, no Brasil.

O resto o montanhista aprende com o tempo. Calças folgadas para não atrapalhar os movimentos. O melhor mesmo é o bermudão que anda na moda, cheio de bolsos onde não falta um chocolate, barras de cereais e algumas balas ou jujubas das grandes, que vão garantir a reposição da energia gasta nas picadas que serpenteiam as montanhas altas. Na mochila, o arsenal de sempre: pão integral, queijo, linguiça, chocolate, lata de leite em pó, cantil, talheres de acampamento, lanterna com pilhas sobressalentes, caixa pequena de primeiros socorros na mochila do guia. A tralha é grande; quem quer ver um mar de nuvens aos seus pés, deve estar preparado. Nos meses tradicionais, os que não têm a letra “r”, principalmente quando a fase da Lua é cheia, a noite é bastante clara, se até não mesmo atrapalha aqueles que gostam de dormir na escuridão total. O saco de dormir impermeável dispensa a barraca, mas é bem mais cômodo o seu uso. O tecido de náilon faz com que ela se torne leve. Carregar uma é que não faz graça para ninguém. A solução é revezar entre os participantes o transporte do abrigo.

A faca de lâmina razoavelmente grande, uns vinte centímetros não pode faltar na cintura. Quem escala leva material adequado. Mas mesmo os que não enfrentam paredões, chaminés e fendas, devem levar uma corda de náilon de 20 metros. Esqueceu a máquina fotográfica, o binóculo e o celular carregado? Volta em casa para pegar!

A Natureza é pródiga. Mas muito exigente.

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 02/07/2009
Reeditado em 05/07/2009
Código do texto: T1678424
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