UMA HISTÓRIA BANAL DA VIDA FÁCIL

Vou contar a vocês uma história, comum nos dias de hoje, e que, muitos de vocês desconhecem a realidade.

Trabalhando como assistente social, fazendo parte da diretoria de uma entidade, tive o desprazer de conhecer um mundo o qual muito fez sofrer a minh'alma.

As mulheres de rua da Praça Tiradentes...

Lá, nesta casa onde oferecia-se, banho, a oportunidade de roupa lavada, uma refeição diária, remédios, preservativos inclusive, ensinava-se algumas prendas como elaboração de trabalhos manuais, os quais muito poucas tinham a capacidade e fazer algo aproveitável.

Um dia com uma menina mirrada em meu colo, nove anos, corpinho franzino, perguntei o que ela fazia ali.

"Estou com minha mãe"... Dizia ela.

Assustada com o fato de uma mãe ter levado a menina para aquele lugar fétido, nojento, continuei assim mesmo indagando o porquê de uma menina naquele lugar.

Vim a saber que a "menina", aquela criança em meu colo, era também uma prostituta como todas as outras mulheres, moças ali presentes.

Meu coração de mãe estava despedaçado ao ver aqueles olhos que deveriam conter a inocência, já contaminados com a maldade do mundo.

Perguntei a mãe porque ela levava a sua própria filha para esta vida, pois no meu entendimento, Mãe, é o ser que nos acarinha, nos ajuda a crescer, viver, nos protege do mal do mundo, nos orienta, e naquele momento percebi que isto ali, era somente uma demagogia, pois a mãe desta pobre menina, como todas as outras, que por este mundo se multiplicam, me disse:-

"Eu quando deito com um homem, eles me pagam a mísera quantia de um real e à ela pagam dois"...

Renate Emanuele
Enviado por Renate Emanuele em 13/05/2005
Código do texto: T16787