ENCONTREI UM NOVO AMIGO

Abro o email e uma terna mensagem espera por mim.
Leio e fico feliz.Encontrei um novo amigo!
Vou para o recanto das letras e êste meu novo amigo estrapola! Rompe todas as travas de segurança de minhas emoções e à medida que vou lendo seus comentários,tão elogiosos, (não reconheço-me merecedor de tanto) à cerca de meus singelos escritos,fica impossível conter-me e as lágrimas rolam.
Sinto-me tocado pela sensibilidade de um poeta que tem suas raizes na minha cidade e agora distante (embora não muito)preserva ainda no peito uma ardente relação amorosa com a terrinha.
Os pontos por êle mencionados, com tamanha precisão, revelam suas andanças pelos mesmos lugares que trilhei (ainda trilho)capazes de encher olhos e coração de gratas recordações.
Meu amigo "MALGACHE" a antiga casa do trevo do Riozinho,resiste ao tempo;fôra restaurada guardando milimetricamente todos os seus detalhes primitivos,ganhou cores vivas e alegres,transformando-se num pensionato para môças,dado à sua proximidade com o antigo seminário,hoje uma universidade.O campo do Juventus em Engenheiro Gutierrez,agora remodelado,promove ainda grandes torneios de futebol.
Os agostos da nossa Irati já não têm mais aquela névoa azulada,parada no ar. Daquelas empresas que você mencionou,apenas uma ainda persiste,porém,modernizada e pouco poluente.O cheiro de suor e poeira depois do futebol da molecada,êste persistirá para sempre.As pescarias no Riozinho "de baixo" ocorrem ainda,mas carás e mandis estão tornando-se raridades ultimamente.
Voçê refere-se à velhas fotos nos livros de "Orreda",êste sim não mudou .Continua o mesmo apaixonado.
Eu diria que ninguém ama a "terrinha",mais intensamente que o nosso eterno professor Orreda;pois somente quem nutre um amor tão profundo seria capaz revelar a sua história em tantos e tantos livros.Pesquisar incansavelmente e colocar em páginas, incontáveis personagens que pisaram (e ainda pisam)êste chão tão querido.
Meu novo amigo! A nossa cidade cresceu,progrediu....Em suas ruas deparamo-nos com caras novas,gente que vai aportando por aqui e que é muito bem vinda.Mas não nos privamos,vez e outra,da alegria do reencontro com velhos camaradas (aquêles) que tiveram o privilégio de ver a serra dos Nogueiras envolvida na fumaça azulada de agosto,sentiram ,na calada da noite,o cheiro dos jasmins da 24 de maio à caminho do São Vicente,correram entre cones de feno e junto com os bem-te-vis,acordaram às cinco da matina aos apitos de trens na parte baixa da cidade.Assistiram aos domingos às sessões das vinte horas no Cine Central e fecharam as noites nos saraus do Polonês,namorando ao som das baladas dos "Snakes".Comeram broas polacas nas cozinhas das babuskas e depois nadaram e pescaram no rio das Antas de águas límpidas.
Andaram livres na imensidão verde dos campos,vendo sonhos amadurecendo no peito e o gado preguiçoso ruminando preguiça debaixo de céus diivinamente azuis.Num tempo de alegria e paz,num sonho que está gravado para sempre em nossas mais "Dôces Lembranças".
Um abraço do teu mais novo amigo:Iratiense.