Faces de uma mulher em TPM

Fase conturbada, com janelas fechadas e cortinas cerradas. O espelho é o inimigo que aponta todos os defeitos, desde o sorriso amarelo ao corpo alterado e inflamado.

Em dias assim melhor não arriscar fazer caras e bocas, pois tudo parece transparecer imperfeição, negação bocejante das belas estrelas que teimam em brilhar.

Frações de alegria e tristeza se alternam em segundos palpitantes e entorpecidos de longas frustrações. Querer não querer, sorrir sem por que, chorar por chorar, dormir para sonhar, acordar indisposta na sujeição da dor e do torpor.

Mulher em TPM, para alguns “Tendência Para Matar”, sem nenhum motivo ou qualquer motivo banal, anormalidades em deleites de fúria momentânea e intensamente imposta sobre o corpo que expulsa uma semente infertilizada.

Entretanto, poderíamos dizer que TPM seria uma tentativa (muitas vezes frustrada) de a mulher deixar-se perceber em suas infinitas faces e possibilidades.

Um corpo que teima em denunciar sua fragilidade e temporalidade, pois cada fluxo que recomeça se apresenta como amadurecimento e morte. Momentos de fúria e prostração na inquietante busca por compreensão e solidariedade em barulhentos sons inteligíveis.

Força e fúria, amor e ternura, faces distintas de uma mulher exposta ao escalar constante de uma jornada solitária.