Provocação
Caminhei por ruas sem saída, espaços limitados.
Andei meio que sem rumo, perdida de mim.
Não foi fácil descobrir-me, se é que o consegui.
Será que alguem o consegue?
Em alguns momentos penso ser essa busca condição humana e infinita.
Alguma vez sinto-me segura do que sinto, dos meus desejos mais intimos.
Outra encontro-me perdida.
Isso me provoca angústia, questionamentos.
Crise existencial.
O que quero, qual o caminho a seguir?
Indefinição.
Argumento comigo , tento convencer-me que é um momento apenas.
Passará.
Mas sinto uma preguiça!
Preguiça de pensar, conhecer, decidir, respeitar as diferenças.
Como seria bom não pensar!
A prisão que o pensar provoca em mim deixa-me quase que inerte, prostrada.
Faço o de sempre: escrevo.
É a forma que encontro de pensar alto, compartilhar e quem sabe encontrar-me...
Tudo é sempre tão previsível!
E tão absurdamente inesperado...
Quero, não quero...
Vou, não vou...
Viro a mesa, permaneço...
Desencontro-me de mim.
Sem núcleo, triste, à deriva.
Sinto-me egoísta.
Acho que sou mesmo!
E por que não?
Não nasci para a submissão nem para a subserviência.
Não forço a barra comigo.
Arrisco nada fazer.
Observo apenas.
A mim e às pessoas.
Chega!
Deixo a vida me levar...