UMA CENA...NUMA FESTA...

O avô já muito velhinho, curvado pelo peso dos anos, que inexoravelmente passam e ao passar tão rapidamente faz com que nossas costas se curvem, caminhava lentamente...passo a passo...como se voltasse a ser criança e outra vez estivesse aprendendo a andar.

A única diferença : agora os pés estão cansados e as pernas já não permitem a mesma flexibilidade de outrora.

E como criança, o avozinho estava amparado. E como criança, amparado por braços fortes, impedindo que seus pés já tão frágeis resvalassem nas pedras soltas ou nas guias desiguais.

Braços de sua mãe ? Não...Braços fortes de um jovem que devia ser seu neto...cuidadoso, extremoso, carinhoso, junto de outras pessoas que talvez fossem parte da família.

Visitavam a III Festa da Primavera, que estava se realizando na Praça da Igreja de São Sebastião. Foi na noite do dia 16 deste mês de outubro.

Embevecido pela cena, fiquei a admirar as maravilhas do amor...os laços de união de uma família a mim desconhecida...e pelo amparar suave e forte ao mesmo tempo dos braços daquele neto, percebi toda a ternura que unia seus corações num só elo, indestrutível, apesar da diferença existente entre eles : um, estava chegando para a vida, como um lírio ao desabrochar numa manhã de primavera; e o outro, estava se despedindo da vida, como o sol aconchegante que desaparece lentamente na linha do horizonte ao findar de um longo dia.

Mas o importante é que estavam juntos...Os últimos raios de sol aquecendo o lírio que principiava a viver !

Se além de mim, outras pessoas observaram essa cena, creio que pensaram o mesmo que eu : com certeza, neste mundo, nem tudo ainda está perdido !

Enquanto existir o verdadeiro amor para que possa unir as pessoas...enquanto existir o elo fraternal da família...enquanto existir o respeito, a tolerância, a bondade e o perdão, haverá de existir a paz...essa mesma paz que os anjos do Senhor cantaram aos homens de boa vontade !

Não somos os donos de nossos destinos e não temos o poder de saber quantos dias viveremos na face da terra...Mas se por qualquer que seja a razão, essa mesma cena, um dia, se repetir comigo, ou com qualquer um de vocês, amigos leitores, tenham certeza absoluta de uma verdade : estaremos simplesmente colhendo daquilo que plantamos !

A minha verdade ainda é a de que se eu plantar amor hei de colher amor...se plantar fraternidade, hei de colher fraternidade...e se plantar tudo que engrandece e enobrece o ser humano, haverei de colher a tão almejada paz !

Somos todos dotados de poder de raciocínio...então, nada nos custa raciocinar e ter a absoluta certeza de que, ao semear, estaremos semeando somente as sementes do AMOR...para um dia, talvez, muito mais tarde, quando o inverno da vida coroar nossa cabeça...colhermos o AMOR QUE PLANTAMOS !

Dia 22 de Agosto - Dia do Escritor Louveirense.

Ademir Tasso
Enviado por Ademir Tasso em 16/07/2009
Código do texto: T1703432
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