A INFELICIDADE DAS MULHERES E DOS HOMENS

Recentemente saiu dois estudos, um foi capa da Veja, falando da solidão que impera hoje no mundo feminino e ai posso dizer, por analogia, também do mundo masculino, pois são interligados.

Analisando-se as últimas décadas não é difícil chegarmos a esta conclusão.

Primeiro houve a liberação sexual, que não foi só das mulheres, mas forçosamente junto, a dos homens também. Este período trouxe vantagens e desvantagens, pois era comum o namorado ou noivo, após ficar naqueles namoros domingueiros com as moças se policiando para não consumarem o ato, saírem destas residências e irem direto para prostíbulos, darem vazão à sua sexualidade reprimida.

Peguei uma vez um cunhado meu zanzando na rua. rss

Eu acho que o grande avanço nesta época foi a liberdade e o distanciamento dos preconceitos religiosos impostos a séculos.

Primeiro o homem também teve que se adequar a esta nova mudança, pois não foram um, nem dois casos, naquela época, que o homem conseguindo ter relações com as suas ‘noivas’ logo a abandonavam, rídiculos, e a moça ficava lá se sentindo uma ‘perdida’ e escutando da família. Conheci fatos.

Vejo, então, a primeira grande vantagem para as mulheres neste sentido, o fato de não ficarem mais estigmatizadas, caso este tipo de evento ocorresse, lá, naqueles iniciais anos setenta.

E os ‘caretas’, os namorados, que eram a grande maioria, tiveram que se adequar.

As mulheres casadas que se separavam, ou melhor, que os maridos as abandonavam, também deixaram de ser estigmatizadas, como eram, e as ‘boas mães de famílias’ cortavam a amizade.

Antes tinham que ficar agüentando aquele ‘marido chato’ pelo resto da vida, mas não os consideravam assim, pois eles eram os mantenedores da família e elas se contentavam com isto, inclusive se calando sobre eventuais amantes ou casos extraconjugal.

Muitos maridos consideravam a mulher que estava em casa como a mãe dos seus filhos e não as suas parceiras e companheiras para tudo na vida, inclusive, logicamente, na vida sexual.

E o mundo foi evoluindo e este tipo de homem foi ficando para traz, embora ainda existam muitos enrustidos por ai, rss.

Tive alguns amigos, filhos de mães separadas, e posso dizer que, normalmente, eles eram muito mais inteligentes e bem resolvidos que os filhos das famílias ‘normais’. Eram mais liberais, mas as mães normalmente não apareciam muito na vizinhança.

Com o advento dos anticoncepcionais os homens tiveram que se preocupar mais, também, com o prazer físico das suas esposas.Antes ou era com elas ou com as prostitutas e para ambas ele não precisava dar satisfação, além de que as prostitutas sabem enganar bem e eles se sentiam o máximo e ainda se sentem rss.

Tive um conhecido 'cinquentão', barrigudo e careca, que saia com mulheres bem mais jovens e dizia que o 'importante era a consquista' rss.

Já não havia mais aquela ‘garantia’, cem por cento das suas machezas.
O risco de as perderem aumentou e, automaticamente, os relacionamentos evoluíram para uma maior intimidade e responsabilidade entre os cônjuges e principalmente já no namoro ou ‘noivados’ que, em uma boa parte, não acontecia antes e também para o planejamento familiar.

Os homens passaram a ser mais participativos, inclusive na educação dos filhos e deixaram de ser ‘aquele senhor’ distante que os filhos a bem dizer nem conheciam.

Muitos homens, nesse período, também tiveram que se transformar e se adequarem aos novos tempos, por isto houve um ganho emocional muito grande para eles também.

Houve um período de transição para ambos os sexos, só que o tempo da primeira relação sexual entre os namorados foi cada vez mais encurtando, devido à sempre, no início deste período, marcação masculina.

E hoje, em uma boa parte, sem generalizar, só não é feito no primeiro dia, mas do seguinte em diante está liberado.

Estou casado há uns dez anos e não sei se este detalhe ‘do primeiro dia’ ainda está valendo para a grande maioria.

Mas o certo é que chegamos aos dias atuais, a tal situação, que a sexualidade é o que está prevalecendo nas relações, sem dar-se tempo para uma intimidade maior, o que, inclusive, daria um maior prazer. Está prevalecendo só o erotismo exacerbado, muito alto nos primeiros encontros e que vai esfriando na relação do dia a dia, até acabar, como começou, sem ninguém realmente ter-se conhecido e sobrando só frustrações.

E os relacionamentos afetivos chegaram a um ponto em que ambos os lados estão na maior parte tão ‘blindados’ que a possibilidade de um relacionamento de trocas genuínas e intimidades estão cada vez mais distantes.

Qual será o novo estágio? Em face do que estamos vivenciando a tendência é cada vez mais as pessoas se isolarem. Ninguém se expõe mais, mostrando só estereótipos do que são na realidade e, automaticamente, cresceu o avanço dos relacionamentos virtuais que deixam, no final, sempre, um gostinho de que faltou alguma coisa muito importante, e que realmente faltou, que é o contato pessoal. 

Vi uma reportagem recentemente em que a repórter acompanhou três rapazes, de em média uns vinte e cinco anos, na balada, e no final o mérito estava em quem tinha beijado mais moças. Um tinha beijado cinco, outro seis etc. e a impressão que deu é que os relacionamentosnas baladas estão cada vez mais nessa linha, e a tendência futura, eu diria, é que tanto as moças, como os rapazes, como já acontece em bailes funks da periferia do Rio, vão querer é saber quantos parceiros tiveram na noite.

E, olhando por este ângulo, não vejo muita esperança para os relacionamentos futuros.
 
É uma pena, mas é a realidade, e as mulheres estão cada vez mais exigentes em todos os sentidos e estes exemplares idealizados não fazem parte da realidade.

Conheço uma empresaria que respondeu ás suas amigas do 'Por que dela nunca ficar muito tempo sozinha, quando termina um relacionamento e ela respondeu 'que ela não é tão exigente como elas'.Mas por outro lado, depois do primeiro casamento, ela não se permite mais viver junto com alguém. Cada um na sua residência, em uma relação de confiança, e ficam juntos, direto, só nos finais de semana.

Talvez seja o caminho futuro.

Acredito que aqueles relacionamentos onde vai prevalecer a intimidade e a afetividade estarão cada vez mais escassos, assim como já estão, pois são assuntos, cada vez mais, de revistas e estatísticas

Em alguns paises do mundo há papeis de parede com silhuetas de pessoas, à venda, para as pessoas não se sentirem tão a sós. Terem a impressão de que estão com alguém.

Tenho uma jovem cliente que vi crescer e que hoje está com vinte e cinco anos e além de ser bonita, fala quatro linguas e já está bem empregada na Justiça Federal.
Dia destes estava choramingando para a minha secretária 'que o que adiantava ter um baita carrão, ter um bom emprego, se não arranjava namorado'.

Sabendo disto liguei para ela e me colocando como 'consultor sentimental'rsss disse-lhe que 'Como é que um jovem, na idade dela, vai se aproximar vendo-a com um carrão daqueles?Aconselhei-a a, quando sair, ir com um carrinho mais simples, pois isto espanta os homens. Demos algumas risadas, pois ela disse que então ia piorar, pois estava para comprar um ainda melhor.
 
O ser humano vai ver que um dia já foi feliz e não sabia.

Cabe frisar um fato histórico: Todas as grandes civilizações, chegando ao seu apogeu, começaram a sua derrocada através da decadência moral.

E o pior é que o nosso planeta hoje é uma pequena aldeia.

‘A felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo’
Roselis von Sass –
graal.org.br






HAMILTON SERPA
Enviado por HAMILTON SERPA em 17/07/2009
Reeditado em 17/07/2009
Código do texto: T1704768
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