Arte(e manha) de ter amigos

O tempo vai passando e as circunstâncias vão nos dando os amigos. Vários tipos deles. Os alicerces dessas amizades são elas, as circunstâncias. Há a descoberta das afinidades, que mantém a amizade indefinidamente, e há os amigos que fazemos meio que forçados por convívios a onde selecionamos (e somos selecionados) pelo que houver de “melhor” no grupo. Às vezes fazemos amizade com pessoas que antipatizamos por um tempo e geralmente quando enfim se quebra a barreira, a amizade surge maior do que o normal, como se quiséssemos compensar o tempo perdido com querelas imaginárias não confirmadas. O fato é que nos mantemos ligados a essa pessoas por um vínculo cuja origem perde importância para a estabilidade. O lado ruim das amizades é ter que ser paciente com os defeitos dos amigos. Uns bebem como uns gambás e a gente sempre têm que tomar mais umas sem vontade para acompanhá-los nas intermináveis saideiras. Outros são alegres e falam alto pra c... E depois de um tempo lá se vai o “fala mais baixo p...”. Além disso, existem as preferências diferenciadas, cujas empatias para partilhar das conversas sem ser mero ouvinte exigem uma dose de amizade das boas. ...Mas o que pode determinar o grau da amizade é o respeito à sua tristeza quando o seu time perde para o time rival que, claro, é o time do coração do seu amigo e torcedor chato! É a prova final de que ele é seu amigo. Amigo necessariamente não precisa ser prestativo assim, de graça. Ele não vive se oferecendo para todo tipo de ajuda a você. Ele dá opinião quando você pede ou lhe ajuda nos pós-traumas! Só se mete antecipadamente se a coisa for muito, muito grave! Amigo deixa sempre você viver a sua vida sem muita intromissão. Estão sempre lá. Mesmo passados 2, 3 meses que não se falam nem por telefone, e eventual e-mail é pra mandar besteiras de todo tipo, você sabe que se precisar ele estará ali, pronto para lhe ouvir. Se você tiver que fazer algum negócio com o amigo deverá pensar duas vezes. É como se o assunto fosse uma mesma mulher. Delicadíssimo! Na maioria dos casos é o fim da amizade, porém há quem concilie... Mas aí não é mais amizade. É outra qualquer coisa.

Desse jeito, quem não quer trocar um pouco de exercício de tolerância para ter uma boa e saudável amizade?