Não morrer vivo

Não acontece só com os mais velhos. A juventude, cada vez mais, está sendo tomada por mortos-vivos.

O número dos que trabalham, formados, é grande. Há vinte anos passados, se a empresa obrigasse a fazer hora extra, ou pagava o dobro ou seria massacrada. O abuso hoje é grande. As formas de compensação, muitas e muitas vezes duvidosa.

Os jovens aceitam esta regra. Descumpri-la, seria motivo de causa justa para a demissão. Enquanto trabalham, estão sujeitos a esta suja regra do jogo.

Pior. Têm que aguentarar, e esta é uma covardia que o moderno capitalismo faz contra os jovens. Empresas muito prósperas e vanguardistas, como a Google, por exemplo, permitem que os seus funcionários trabalhem de bermudas, desde que cumpram suas tarefas.

É o mundo novo que está chegando. Jornais aposentaram suas velhas e eficazes Olivetti. O moderno computador faz a substituição com grande êxito.

Admira-me o progresso. Sim, o homem dos dias atuais tem a disposição as conquistas da ciência e da tecnologia; não usar seria bastante retrógrado.

Fatos novos com rapidez passam a antigos. Surgem e desaparecem ídolos, quase todos fabricados pela mídia. Muitos seguem rigorosamente.

Incomoda, no entanto, quando são impostos modelos ultrapassados, nas artes e na ciência. Muitos da juventude aceitam. Outros não, felizmente.

E é bom observar. Especialmente na arte, surgem valores fabricados que não em expressão alguma. O que não acontece na ciência; nesta os impostores não tem vez.

O velho tubo de ensaio, o matraz, ou até mesmo o bico de Bunsen continuam dando ao homem uma segurança de saúde. Naturalmente que sem falar na contemporânea ciência vinda das células-tronco, por exemplo.

O conhecimento humano jamais permitiu que aqueles mais despertos, morressem espiritualmente estando vivos.

É bom lembrar que o amor está sempre presente.

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 20/07/2009
Código do texto: T1709394
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