O CORAÇÃO DA GENTE

Ta aí uma coisa que a gente não aprende a fazer é nunca. Viver.

Viver da maneira como os pássaros vivem, que ao abrir os braços, o vento os transforma em asas e eles aprendem a curtir a vida como se ela fosse a própria liberdade de ir e vir sem precisar de ninguém. A aprender que a felicidade é um bem solitário e que muito antes de estar acompanhada, ela precisa ser só, do contrário não aprenderá que para ser feliz com os outros, é preciso estar feliz com si mesmo, sem se preocupar se vão gostar ou não do nosso penteado, do nosso jeito e maneira de ser, do nosso modo sereno de ver a vida.

Cada um tem um caminho a seguir, assim como um sapato a calçar, porque cair na bobagem de achar que os caminhos precisam ser os mesmos?

Ninguém aprende a valorizar a si mesmo, se a única coisa que faz é ficar se comparando com quem nunca será na infantil idéia de valorizar aquilo que não é.

Quando a gente aprende amar a si mesmo, aprende também a defender aquilo que acredita. Jamais deixa de se alimentar de capacidade, de força e de coragem para melhorar o que ainda pode ser melhorado.

Ta aí uma coisa que a gente não aprende é nunca. A respirar.

A respirar o ar que impulsiona o balanço que a vida agita para frente e para trás e perceber que tudo na vida está baseado no vento que sacode os cabelos e que nos dá a sensação de que alguma coisa em algum lugar está mudando. Que alguma coisa em nos mesmos recomeça.

Não basta ser feliz em parcela. É preciso ser feliz por inteiro, se juntando a outras crianças na gangorra ou olhando as estrelas se juntarem uma a uma no infinito.

Há quem acredite que no ano que vem, o governo irá lhe dizer que tudo estará perfeito para ser feliz e há quem desde já, acredita que não precisa do governo para ser feliz desde agora.

Ta aí uma coisa que a gente não aprende a fazer é nunca. É aprender a ouvir as pessoas que nos amam de verdade, a começar por nós mesmos. É dentro de si que mora o que a gente tanto procura e o que mais precisa. Somos como um filho que cresce ouvindo as coisas que o pai acredita e delas ele nunca duvidará. Somos tão capazes de acreditar em nós mesmos, tal como se acredita que do outro lado da lua há uma parte que a completa ainda que não se veja.

Aprender a ouvir o coração da gente. Ta aí uma coisa que a gente não aprende a fazer é nunca.

Joel Thrinidad
Enviado por Joel Thrinidad em 20/07/2009
Reeditado em 20/07/2009
Código do texto: T1710510
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