Da infância carente a excedente
Águida Hettwer
 
 
   A história é longa, e não é de hoje em que buscamos soluções para doença crônica da miséria humana, especialmente aqueles inocentes que não pediram para vir ao mundo. Apenas são colocados no centro dele, e como se dissesse a eles, “se virem agora”.
 
 Nos porões obscuros da pobreza, não é somente a barriga que ronca de fome, a própria situação faz com que famílias, vivem no que chamamos de “inferno aqui na terra”. Violência doméstica, falta de recursos sanitários e higiênicos, ambiente sobrecarregado e no meio disso tudo, “crianças” que serão o futuro que chega logo ali.
 
 Quantas famílias vivem no limiar da fome da miséria, e continuam procriando, filhos do descaso. Apontar o dedo, não é tarefa difícil, mas o que precisa ser feito, para amenizar essa triste sina. A cultura de um povo retrata seu legado de glória. Na escola da vida, aprendemos a ser gente e ser cidadãos.
 
 Não basta aprender a soletrar e nem calcular, a educação vai além, e rompe as barreiras da desinformação, que gera mentalidades brilhantes. Conseguem se superar mesmo vindo de raízes humildes e sem recursos. Um povo culto e informado consegue ter visão das coisas ao seu redor.
 
 Aqueles cujo poder foi lhe concedido nas mãos, a tarefa de amenizar a situação. Promovendo instituições, onde o menor carente tenha espaço garantido à educação, alimentação, recursos básicos para infância decente e feliz. E nós cidadãos, o dever de lutar por esses direitos. Para que não sejamos vítimas de uma geração de abandono e falta de recursos.
 
Qual é a criança, que não tem sonhos, no pátio da infância?

-De poder brincar, de barriga saciada, de calçados nos pés, de roupa lavada e cheirosa. Vivendo num ambiente harmonioso, asseado, onde a educação começa pelos pais.
 
 Para que não sejamos cárceres de uma geração revoltada, precisamos fazer a nossa parte.
 
Não é utopia... Realidade viva e atuante, para aqueles que fazem da educação o seu lema de vida.
 
 
 
22.07.2009