A NOITE DE UM DESESPERADO
Uma baforada no cigarro quase no fim. Meus pensamentos se entrelaçam à fumaça que sobe em espirais sucessivas,sufocados no desespero dessa crise existencial que me atormenta. São quase duas da madrugada e o ruído dos carros passando se torna menos frequente. No prédio em frente, as luzes já se apagaram.
Volto para o meu velho sofá e me deixo cair preguiçosamente, apanho o controle da TV e fico zapeando de forma aleatória, porém, nada me apetece. Não consigo dormir. Volto à janela do meu apartamento e contemplo a cidade adormecida.
Estou desempregado; uma ação judicial ajuizada pelo condomínio me espera no Fórum e não pretendo contestá-la, afinal de contas sempre fui contra a inadimplência e agora sou um inadimplente a mais. As dívidas povoam minha caixa de correspondência e meus familiares e amigos me viraram as costas.
Daqui do nono andar, meus olhos contemplam a rua semi iluminada e meus pensamentos parecem urdir uma saída rápida para tudo. Um salto me tira dessa realidade tão sombria. A voz da razão admoesta:__ Você não pode abandonar a vida assim! Eu retruco: __Abandonar o quê? Só abandona a vida quem está vivendo e eu na verdade não vivo, eu vegeto!
Retorno à TV e sintonizo um desses canais que só passam programas evangélicos. O cara que eu detesto coloca o dedo em riste e diz olhando firmemente em minha direção: ___Voce que está pensando em dar cabo à sua vida, que pensa que já não vale a pena insistir em viver, Cristo te convida: __Vinde a mim, todos vós que estais cansados e eu vos aliviarei.
Aquelas palavras me deixam perplexo e a seguir o homem diz: Vou orar por você agora. Ele pede para que Deus me dê paz e uma noite de sono repousante e afaste de mim todo pensamento de auto-destruição. Agora, uma paz imensa invade o meu coração. Sei que tenho muitos problemas a resolver, mas já não estou sozinho. Cristo está comigo, vou dormir em paz.
Uma baforada no cigarro quase no fim. Meus pensamentos se entrelaçam à fumaça que sobe em espirais sucessivas,sufocados no desespero dessa crise existencial que me atormenta. São quase duas da madrugada e o ruído dos carros passando se torna menos frequente. No prédio em frente, as luzes já se apagaram.
Volto para o meu velho sofá e me deixo cair preguiçosamente, apanho o controle da TV e fico zapeando de forma aleatória, porém, nada me apetece. Não consigo dormir. Volto à janela do meu apartamento e contemplo a cidade adormecida.
Estou desempregado; uma ação judicial ajuizada pelo condomínio me espera no Fórum e não pretendo contestá-la, afinal de contas sempre fui contra a inadimplência e agora sou um inadimplente a mais. As dívidas povoam minha caixa de correspondência e meus familiares e amigos me viraram as costas.
Daqui do nono andar, meus olhos contemplam a rua semi iluminada e meus pensamentos parecem urdir uma saída rápida para tudo. Um salto me tira dessa realidade tão sombria. A voz da razão admoesta:__ Você não pode abandonar a vida assim! Eu retruco: __Abandonar o quê? Só abandona a vida quem está vivendo e eu na verdade não vivo, eu vegeto!
Retorno à TV e sintonizo um desses canais que só passam programas evangélicos. O cara que eu detesto coloca o dedo em riste e diz olhando firmemente em minha direção: ___Voce que está pensando em dar cabo à sua vida, que pensa que já não vale a pena insistir em viver, Cristo te convida: __Vinde a mim, todos vós que estais cansados e eu vos aliviarei.
Aquelas palavras me deixam perplexo e a seguir o homem diz: Vou orar por você agora. Ele pede para que Deus me dê paz e uma noite de sono repousante e afaste de mim todo pensamento de auto-destruição. Agora, uma paz imensa invade o meu coração. Sei que tenho muitos problemas a resolver, mas já não estou sozinho. Cristo está comigo, vou dormir em paz.