Sobre a brevidade da vida

"Deve-se aprender a viver por toda a vida e, por mais que tu talvez te espantes, a vida é um aprender a morrer" Sêneca

Palavras não são suficientes para descrever o sentimento da perda. Palavras não traduzem a tristeza que sentimos quando um amigo se ausenta do nosso convívio, ainda mais quando é um companheiro de luta. Ainda mais quando achamos, em nosso egoísmo, que foi cedo demais...mas quem somos nós para questionar as linhas que Deus escreve em nossas vidas?

Certeza de todos nós, a morte sempre nos encontra de malas desarrumadas, com diz o poeta. Nunca estamos prontos. Nunca nos rendemos ao inexorável e sempre nos deparamos com Ela com assombro.

Na semana passada, o Conselho Municipal de Educação de Maceió- COMED se despediu do Conselheiro João da Silva, representante de Pais e conselheiro também da escola Bonifácio da Silveira .

João se tornou conselheiro porque se importava com Educação de seus filhos e netos. Importava-se com a qualidade da merenda, com a falta de professores e com as condições em que se faz a escola pública desse país. Importava-se e desejava um mundo, uma escola melhor.

Com sua atuação, deixa entre nós uma lição de responsabilidade e decência. Sempre disposto a contribuir, participou de todas as ações em que o COMED o solicitou, com pontualidade e alegria. De saúde frágil, nos últimos dias, João lutou bravamente pela vida. Deixa esposa, filhos e netos e a cada pessoa que privou de seu convívio, a lembrança boa de seu sorriso, da sua alegria e disposição para ajudar.

Descanse em paz, João. Em nome da assessoria técnica e de seus pares do COMED- Maceió, a certeza de que a luta continua. Concluo com um fragmento de canção que me ocorreu enquanto pensava em nossa atuação como conselheiros: “Quando brotarem as flores, Quando crescerem as matas, Quando colherem os frutos, Digam o gosto pra mim..”.[Aos nossos filhos, Ivan Lins/Vitor Martin].

*SOBRE A BREVIDADE DA VIDA é a obra mais difundida do filósofo Lúcio Anneo Sêneca (4 a.C.? - 65 d.C.) e um dos textos mais conhecidos de toda a Antigüidade latina. São cartas dirigidas a Paulino (cuja identidade é controversa), nas quais o sábio discorre sobre a natureza finita da vida humana. São desenvolvidos temas como aprendizagem, amizade, livros e a morte, e, no correr das páginas, vão sendo apresentadas maneiras de prolongar a vida e livrá-la de mil futilidades que a perturbam sem, no entanto, enriquecê-la. Escritas há quase dois mil anos, estas cartas compõem uma leitura inspirada para todos os homens, a quem ajudam a avaliar o que é uma vida plenamente vivida. http://www.lpm-editores.com.br