Há esperança?

Qual o estado profundo de tristeza? Qual o verdadeiro limite da exaustão de vida? Há um limite de vida? Alguém é capaz de desistir completamente de viver? De existir como um objeto já utilizado pelo mundo e deixado de lado por ele? Certas perguntas eu nunca consigo responder!

Há coisas realmente inexplicáveis nesse mundo. Recorram a quem quiser... Ninguém conseguirá me fazer entender porque uma pessoa desiste de si.

A depressão nos faz querer morrer, não para que busquemos a morte propriamente dita, mas nos faz desejá-la sem abandonar a existência. Morrer seria “paz” demais. Estar em depressão é justamente não estar em paz! É um estar vivo sem viver... Estar morto sem ter morrido.

É para mim a mais cruel de todas as doenças. Podem refutar! Continuarei com a mesma opinião. Não deve haver mal maior que o psíquico. Assunto pesado! Falar em depressão já nos causa certa dor... Tamanha sua capacidade de fazer sofrer.

Há conciliação entre desesperança e vida? Alguém pode? Alguém consegue? As vezes eu até acho que não, mas ainda não cheguei ao ponto “me” abandonar. Se há tantos motivos para ser triste, deve haver também pra ser feliz. Nada é homogêneo! Nem os nossos sentimentos.

Minhas depressões são diárias, elas vêm e vão. Não me perturbam mais do que permito. Se me perguntam: e porque permite? Direi: não saberia o que é ser feliz se não fosse triste de vez em quando. É como acordar na sexta feira achando que é segunda: “descobrir” que é sexta é uma delícia. Todos somos vulneráveis. Mas não há nada mais deprimente do que sobreviver...

E só!

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 04/08/2009
Código do texto: T1735927
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