O CÓDIGO, O FILME
O CÓDIGO, O FILME
Fazia muito tempo que eu não ia ao cinema. A gente se acostuma com o conforto da televisão e do DVD. Além disso, há o computador, o papo com amigos e a leitura da qual não abro mão.
Quando o livro O Código Da Vinci começou a fazer sucesso, quis comprá-lo, mas o vendedor me convenceu de que eu deveria ler primeiro o outro que deu origem ao Código e gerou até um processo de plágio. Realmente é um livro de pesquisa, com muitas fotos e com uma completa árvore genealógica que começa com Jesus Cristo e termina com seu atual descendente, um senhor inglês. É um livro difícil de ler e bem cansativo .
Quando entrei no cinema para ver O Código da Vinci, me assustei quando alguém disse que o filme duraria mais de duas horas. É realmente um filme muito bem feito e nem senti o tempo passar. Durante aquelas horas não me lembro se respirei, se pisquei e seguramente não pensei em nada que não fosse o filme, os olhos grudados na tela, as cenas e o suspense e os questionamentos.
O interessante é que o filme continua mesmo depois que a palavra FIM aparece na tela.As pessoas comentam, refletem e em todo o trajeto da saída por aqueles corredores vão-se ouvindo as opiniões, as conclusões e o filme vale também por isso.
Tudo pode ser uma grande verdade ou uma grande mentira. Se ficasse provado sem a mínima margem de erro que Jesus foi um homem que casou e teve filhos, além de ter sido um líder, um humanista, de ter sido perseguido, traído, injustiçado, todos os ensinamentos atribuídos a ele bastavam para fazer dele o símbolo que representa para os cristãos.
Até Monteiro Lobato, dito ateu, e cujos livros fizeram parte do índex dos livros proibidos pela Igreja, escreveu que se os homens seguissem apenas um ensinamento de Jesus: “ Amai-vos uns aos outros” seriam honrados e felizes.
Ficam as questões mais importantes como: se o humano é divino e se o divino é humano, se fosse apresentado um herdeiro direto de Jesus, se a fé aumentaria ou não, as críticas à Igreja pelos erros que cometeu, a imposição dos dogmas para a manutenção do poder e tudo o que a História já mostrou.
Se religião se baseia na fé e fé não precisa de provas, de base científica para sustentá-la, para que tanto reboliço em torno da vida de Jesus, do Santo Graal, do Santo Sudário? As religiões,dirigidas por homens, erram e acertam, mas ninguém pode contestar o fato de que elas consolam e ensinam o bem.
Agora vou ler o livro “O Código Da Vinci” com o espírito de crítica literária. Comparar com o filme e continuar vendo Jesus como sempre vi: o maior homem que já houve sobre a terra. Com toda a certeza é o filho de Deus como todos nós também somos no sentido de que podemos melhorar o mundo e realizar os milagres que só o amor ao próximo é capaz de permitir.