Os três inimigos
Quantas vezes nos deparamos com situações que nos constrangem porque constatamos que poderiam ser diferentes e muito melhores. Ou não precisariam existir. Às vezes a solução está ali, escancarada, mas não é usada. Por que acontece? Porque um ou os três grandes inimigos do progresso, da felicidade e do respeito mostraram sua força.
Esses três mosqueteiros do atraso são bem conhecidos e causam um estrago enorme: o primeiro deles é a ignorância. A ignorância do não saber. Muitas vezes, ela é fruto da teimosia (a pessoa não sabe porque acha que já conhece o suficiente) e seu portador não admite que precisa aprender mais. Nas outras, é resultado da falta de oportunidades, outras vezes está disfarçado de saber obtuso, de violência, de desrespeito. Quem não sabe falar, não fala; quem não sabe fazer, não faz; quem não tem conhecimento é escravo de sua própria ignorância.
O segundo inimigo é mais perigoso: o preconceito. Determinar o formato, o conteúdo e as consequências sem conhecer, julgar antecipadamente e agir a partir desse julgamento. Negar-se a conhecer, analisar, debater, porque “já sabe como é”. Não admitir novidades, modernização, ousadia, criatividade. Afinal, tudo já “está escrito”. Colocar um rótulo nas pessoas, nas situações, nas possibilidades, nos acontecimentos e não se afastar dele, Não acreditar e pronto. Quantas boas oportunidades são perdidas assim; quanta felicidade passa como o hálito porque o preconceito não deixa que se agarrem as oportunidades.
O terceiro é sutil, enganador e covarde. Algumas pessoas o têm tão forte que nos fazem acreditar que ele é coerência. Chama-se medo, o terceiro inimigo. Infiltra-se em nossa mente e nosso coração e se apresenta, até, como fruto da experiência (“Cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça”). É retrógrado, defende o “status quo” com unhas e dentes, não porque está contente, mas porque arriscar é perigoso, inovar é perigoso, crescer é perigoso.
Não saber, não acreditar, não arriscar; uma senhora receita de fracasso.