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SEM COMANDO


 Arrumei algumas poucas roupas em uma valise, a escova de dentes, xampu e um chinelo, calcei meu tênis preferido, e saí, sem nem mesmo dizer adeus. Cansei-me da “Amelhice” que tem me perseguido ao longo dos anos e decidi enlouquecer, perder o juízo, libertar-me das correntes sociais e familiares.
 
Sair por aí, sem destino e sem me preocupar com a direção a ser tomada. Quero perder-me por lugares que nunca vi, admirar belezas naturais que escaparam a minha visão, por um ou outro motivo, antes que esta vida passe por mim sem que eu a note.
 
Não tenho certeza de onde irei, mas sei o que quero encontrar. Uma praia isolada, tranqüila, com o mar azul e areia branca, onde o sol brilhe, sempre, durante os dias e que as noites sejam calmas, serenas e enluaradas.
 
Sentar-me à sombra de uma árvore – à tardinha - ler tranquilamente o meu livro, admirando o pôr do sol sobre o mar, até que a noite o vença.

 
Caminhar com os pés descalços, afundando-os na areia macia, mergulhar em ondas mansas e deitar-me, nua, na areia, braços abertos para o mar, olhos fixos no horizonte infinito. Tomar uma água de coco gelada, erguer os braços, espreguiçar e respirar profundamente o ar a minha volta!


Quero viver, sem rédeas e poder comandar a minha própria vida, tomar minhas decisões, sem interferências – ainda que politicamente incorretas.
 
Deixarei que a vida me leve – como bem diz o samba de Zeca Pagodinho – sem pensar em economia, eleições, candidatos, fraudes, CPIs, Linas Vieiras, Dilmas Rousseffs, gripe suína, outras tantas pestes, a nos ameaçar a paz.
 
Parar quando e onde eu quiser e continuar minha jornada pelos caminhos que eu mesma escolher. Nada a me tolher a liberdade e que me tire de meu prumo, traçado por minha repentina inconseqüência.
Encontrar amigos.


Vou me desopilar, enquanto ainda não me deixei contaminar pela miséria que ronda o mundo, pela ferrugem dos sonhos acalentados em segredo. Como garantia, vou levar na valise,
o anti depressivo e meu ansiolítico.

Nunca se sabe quando eles poderão ser úteis!
 




Menina, vem pra minha cidade
Pra se descontrair de fato
Ter bastante tranqüilidade
Como na praia desse retrato
Venha conhecer o "Bunitinho"
E por ele até "cair de quatro!"
 
Porém,se o maridão enciumar
Pode trazê-lo bem juntinho
De Vila Velha irão gostar
Serão tratados com carinho
Depois poderá espalhar
Que com um "Boto" foi falar
E que ele é mesmo um lindinho!
 
Rsrsrsrsr... Sério, amiga:
Chute o balde e sai mesmo pra espairecer,
visite lugares, caia fora dessa rotina
tão...as vezes gratificante,
mas tbem tão desgastante.
Bjs no seu coração. Do amigo capixaba.
 
(Pedrinho Goltara)


 
Valeu, amigo Goltara
Eu vou pensar com carinho
Na oferta, que não pára
De me tentar, Seu Pedrinho.
Um dia, jogo a toalha
Junto toda minha tralha
E me largo no caminho.
 

(Milla Pereira)


 


 
M ostrou sua vontade
I r ao léu sem comando
L evando no peito um sonho
L ugar que possa descansar e
A s forças da luta diária revigorar..
 
***COM CARINHO***

 
(Angélica Gouvêa)


 
Cansei, desta cidade grande,e eu só
Cansei, desta multidão que me afoga
Quero um mar para me dar um banho
Quero um sol para lamber as minhas costas
 
Cansei desta loucura dos jornais
Cansei deste transito que me atropela
Quero dar uma chance as minhas sandálias
Quero um campo para beijar nos meus pés.
 
Cansei de degustar o meu Prozac
Cansei de escrever minhas paranóias
Quero dar uma chance para o meu eu estóico
Quero escalar a montanha na minha moto.
 
Cansei desta rotina que me derrota
Cansei desta guerra sem louros da vitória
Quero quebrar meu relógio com as botas
Quero me embalançar na rede sem meus sócios
 
 
(Zeca repentista)