Oportunidades, oportunidades

“Você deve aproveitar as oportunidades”, “fique sempre atento a elas”, “a mulher da sua vida pode estar em qualquer lugar”. Eu sempre apreciei esses conselhos e resolvi colocá-los em prática. Bem, afinal, eu poderia encontrar a mulher da minha vida a qualquer momento, quando eu menos esperasse. Mas... como saber se seria ela? Ora apenas conhecendo-a. Por isso eu sempre deveria estar atento as oportunidades.

Eu morava em Tailândia, uma cidadezinha do Pará e precisei fazer uma viagem até Abaetetuba, uma cidade maior. O percurso seria simples: eu pegaria um ônibus até a cidade de Moju e de lá eu pegaria outro até Abaetetuba. E assim eu fiz.

Tudo tranquilo, a primeira viagem foi normal e depois de algum tempo eu cheguei a Moju. Essa é uma cidade bem pacata, e como qualquer cidade ela possui suas vilas que possuem nomes até engraçados: Castanhandeua, Sococo (gravem esse nome) e Sarapoí, por exemplo.

E lá estava eu. No terminal de Moju. Como era minha primeira viagem para Abaetetuba, e eu era novo e eu não sabia que ônibus pegar, resolvi perguntar para uma senhora com cara de mal-humorada. Ela me indicou o ônibus e entrei.

Tudo certo. Entrei e esperei mais uma viagem normal. Até que tudo mudou. Um grupo de estudantes com uniformes entrou no ônibus e uma garota muito linda se sentou ao meu lado. E agora?

Oportunidades, oportunidades...

Vai lá, tigrão! Aproveite! Você consegue! Pode ser ela!

Valeria a pena puxar conversa. E se for ela? E se não for? Só tinha um modo de saber. Concentrei toda minha simpatia e perguntei:

- Oi, então você também vai para Abaetetuba?

Mas que pergunta sem graça! Ela, com um sorriso, respondeu:

- Não, meu bem, esse ônibus não vai para Abaetetuba, ele vai para o Sococo.

- Ah,é? Motorista, pare o ônibus! – eu gritei.

Desci e caminhei de volta para o terminal. Na próxima vez vou me certificar de ter pego o ônibus certo. Oportunidades... oportunidades.