Em cima do Muro

Mais uma vez me peguei sentado em frente ao meu computador com o editor de texto aberto e minhas idéias vagando por tantos acontecimentos interessantes, revoltantes e rotineiros. E foi quando percebi pela primeira vez na pele o que Cazuza queria dizer ao escrever “Pois aquele garoto. Que ia mudar o mundo. Mudar o mundo. Agora assiste a tudo. Em cima do muro”.

Tantos assuntos revoltantes, tantas sujeiras no senado e tantos conselhos de ética que com certeza não conhecem nem de perto o significado da palavra “Ética”, tudo isso e eu afundado na minha própria vida, meus problemas irrelevantes e tristezas sem fundamento... Realmente eu estava em cima do muro.

Tudo bem que não estou sem escrever por medo ou por não querer mais escrever sobre determinados assuntos, mas sim por estar muito voltado para a minha própria vida, já disse que sou egocêntrico... Mas o sentimento de estar sentado assistindo tudo em cima do muro com certeza foi muito próximo do que Cazuza escreveu.

E me revoltei um pouco comigo, é revoltante ver como depois de um tempo começamos a não mais sentir o mesmo horror, a mesma revolta e aquela vontade de mudar tudo, ficamos anestesiados... E é exatamente o que estes governantes mais desejam. Uma população de zumbis!

Sei apenas que é tanta sujeira... Tanta gente morre por falta de comida, saúde, segurança e educação. E olha que estes elementos básicos são direitos de cada cidadão.

Mas tem coisas que eu não sei, tem sim! Tipo, o que seria este “tal” Conselho de Ética? Algum tipo de piada de duplo sentido do governo? Acho que só pode ser isso. Eles devem dar altas gargalhadas pensando no nome escolhido “Conselho de Ética”, talvez pensem até na criação de um novo conselho “Conselho dos políticos honestos do Brasil” e com isso mais uma gargalhada regada a tudo do bom e do melhor, afinal se somos nós que pagamos para que economizar?

E tem muitas outras coisas que me indignam... Muitas mesmo, mas precisaria de um milhão de textos, quem sabe eu escreva um milhão... Talvez!

No entanto vou comentar apenas mais uma coisa, que história é essa de jogador de futebol falar que precisa sair do clube que joga, pois também tem família para sustentar? Sejam sinceros e admitam logo que querem sair para levar uma vida mais confortável. Afinal cento e poucos mil por mês não dá realmente para sustentar uma família né?

Fico imaginando como conseguiriam viver com míseros cento e poucos mil... Talvez tivessem que deixar de comprar ferraris, mudar das coberturas, viajar para Região dos Lagos ao invés da Europa, nossa! Melhor nem pensar nisso, coitados!

Alguém precisava levar estes jogadores às áreas pobres, mostrar que pessoas sustentam famílias com menos do que um salário mínimo (Muito menos!), e talvez eles parassem com esta mentira, ou ainda melhor, começassem a ajudar alguém.

P.S- Fábio Heinen é Escritor, Poeta e Jogador de futebol nos fins de semana.

Fábio Heinen
Enviado por Fábio Heinen em 21/08/2009
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