A VOZ DOS PAIS

A VOZ DOS PAIS

É greve de novo na educação. Outra greve anual.

Nós nada temos contra as reivindicações dos professores em luta por salários dignos, aliás nem sabemos o quanto eles ganham por hora de trabalho, mas automaticamente nós brasileiros apoiamos toda luta salarial por sabermos que uma das velhas práticas neste país é o salário Infame.

Mas não é só o salário dos professores a causa maior da mediocridade na educação brasileira no ensino público;

-E a ausência persistente de professores nas salas de aulas por diversos motivos, desde sua saúde bombardeada por condições indignas de trabalho, problemas de saúde por motivos sujos dos próprios professores, e etc.

-É o Espaço físico das escolas, a maioria sem condições mínimas para atender a comunidade escolar, falta espaço para educação física, lazer, esportes, bibliotecas, laboratórios e de informática também, salas de aulas sem estrutura, apertadas, cheias, cadeiras e bancas inadequadas e danificadas, clima sufocante, sonorização imperfeita, espaço para o mestre sem condições, quadro e apresentação das matérias, comprometidos. Muitas faltam refeitório (mas não as malditas cantinas que vendem gorduras saturadas e açúcares mil), e a merenda é servida no rés do chão ou nas bancas das salas de aula. As crianças brincam nos matos ou no barro sob sol e chuva.

-É o currículo escolar imperfeito e desatualizado, livros e ensino com sutil direção político partidária e social. Matérias atuais como informática e iniciação a cursos práticos de preparação para a vida profissional, nem pensar.

Afora o ensino deficiente que põe nossos filhos em estado inferior quando saírem da preparação do ensino público em relação aos demais brasileiros que podem cursar ensino particular e outros, tendo contra si além da melhor preparação destas unidades particulares, o fato da pequena margem de ausência de profissionais na escola, melhor currículo, melhor estrutura física, melhor e mais bem pagos profissionais e ausência de greves e outras manifestações danosas aos alunos, existe incentivo ao esporte, a cultura, as artes marciais etc. e ainda como se não bastasse, o complemento de cursinhos preparatórios para o vestibular e para concursos. POBRE brasileirinhos se são iguais, tratados com tanta desigualdade de encontro a constituição Federal e contra o Estatuto da Criança e do adolescente. Não se dá oportunidade aos Brasileirinhos mais carentes. E para piorar a situação há o descompromisso também do lado dos profissionais de educação.

Não digo que ambos lados desta greve estão errados, todos têm argumentos bons, mas não é disso que se trata. Não é passando por cima dos alunos que já são bastante e historicamente penalizados que se justifica uma reivindicação justa ou não. Nós não os chamamos mais de mestres, nem o tratamos com carinho, meu filho pequeno quando avista sua professora não grita para mim, “pai lá vai a professora”, faz de conta que nem a vê, isso se a reconhecer, pois se for das que faltam muito, a classe talvez nem saiba como é sua fisionomia.

Digo que ambos os lados são egoístas e descompromissados com a educação pública, que a trata como um bico de emprego, nem um emprego, nem um trabalho. Os alunos são coisas que poderão serem usadas para conseguir reposição salarial, eleições sindicais, campanhas eleitorais partidárias etc. Posição firmada numa quebra de braço entre siglas partidárias, entre posições antagônicas da vida política.

Mestre, nós pais dizemos agora: O pecado de seus descompromissos cairão sobre vossas cabeças como soi de acontecer com a atual violência, que é consequência desta mesma causa não tratada décadas antes.

Não mais veremos um tratado cultural intitulado: “AO MESTRE COM CARINHO”

Abominamos estas greves anuais, nossos filhos terminando o período no meio do ano, nossos filhos em casa e na rua perambulando, esquecidos da lição e dos deveres de casa, o sacrifício para conseguir transferências, os anos perdidos da vida de cada um dos nossos filhos, a fila para conseguir a prorrogação do vale transporte, as lágrima de impotência na madrugada quando visualizamos o FUTURO DESTES BRASILEIRINHOS neles incluso nossos filhos.