Reflexões de uma Mulher II

Uma reflexão ou uma constatação... parte II

Queremos tanto, e esperamos tanto das pessoas, expectativas que criamos em cima daquilo que queremos acreditar, devido a qualquer e mínimo detalhe, sinais que interpretados mal confundem a sapiência da mente e do coração.

De tanto acreditarmos nos fatos captados agimos de forma, que muitas vezes nos põem em situações embaraçosas, tais como: ligar,mandar mensagens combinando,marcando algo como se o interlocutor estivesse a par dos teus sentimentos e conclusões, aquelas captadas pelos mínimos detalhes coletados nas ações do pretendente, que muitas vezes só o são por delicadeza da parte deles.

Nós mulheres movidas pela emoção e desejo de ser feliz, de encontrar o verdadeiro amor, nos perdemos nos sinais que a grande maioria dos homens nos passa.

Muitas vezes pergunto-me, porque “sofremos tanto por amor” se o que acreditamos nem mesmo sabemos se é amor, se o “cara” é o que nos dará esse verdadeiro amor.

Quando falo naquilo que acreditamos, em relação ao amor e aos sinais que captamos do suposto pretendente, falo no sentido de que obviamente a mulher acredita nesse sentimento. E para tanto tudo é verdadeiro, romântico, vivência-se essa verdade como um todo, e espera-se de fato que o seja.

Não tenho a pretensão aqui de concluir tais reflexões por todas as mulheres, quanto a essas conclusões que são vivências minha isso que acredito piamente em ser uma pessoa mais racional do que emocional, sofro sim, mas sou como poderia definir, (usando um termo bem usual) “na minha”, no sentido de não transparecer tais sentimentos e sofrimentos.

Não sou do tipo de ficar esperando muito, sou mais de seguir em frente e não dar importância ao que sente meu coração (poeticamente falando).

Talvez eu peque nesse sentido, pois, na busca de amor, muitas vezes nos perdemos, ao encontrar muitos sinais que por difícil interpretação caímos mais uma vez na armadilha das conclusões precipitadas.

E, sabemos que os “tais pretendentes” estão aí para melhor proveito tirar da frágil, ou não, situação emocional da maioria das mulheres.

No que tange a mim não me sinto tão frágil assim, a fragilidade se dá no momento em que não enxergados novos horizontes na busca incessante do “amor verdadeiro”,ah!Esse amor que mesmo eu não creio, pensava que o único amor verdadeiro era o maternal, mas vivenciando horrores parietal, nem mesmo nesse podemos crer que seje o “verdadeiro amor”,sabemos que existem exceções nesse tipo de amor verdadeiro(assim como o é com meus filhos).

Acredito religiosamente no amor celestial (acredito em Deus), esse sim é incondicionalmente um amor verdadeiro, creio, por mais pecadores que sejamos somos amados e perdoados, seja qual for o tamanho do pecado, desde que haja um verdadeiro arrependimento. Somos todos iguais perante Deus, assim como perante a lei dos homens.

Sei que por acreditar no tal amor verdadeiro e que o “cara” é a pessoa certa,ultrapassamos limites,que desconhecemos,enfrentamos barreiras que nenhum homem enfrentaria,por medo,e por não acreditar em seus sentimentos,pois,são machistas e preferem viver de momentos insólitos,do que buscar o que toda mulher busca,estabilidade emocional,no que refere-se a um relacionamento conjugal.

Homens, pela criação da cultura social, devem ser racionais, durões,machistas,sem demonstrar o mínimo de sensibilidade quanto aos seus sentimentos,por essa criação(que graças a Deus está mudando,pois são mulheres educadoras de seus filhos,e por sofrerem tais pressões,estão reeducando seus filhos homens),nesse sentido,muitos jovens homens,por constatarem o sofrimento de suas progênitoras estão mudando os conceitos machistas pré estabelecidos pela sociedade.

No século xx a mulher conquistou seu espaço no mundo masculino, com tudo, perdeu algumas coisas como, por exemplo, ser mãe integral, sim cito só este fator porque creio ser o mais primordial,entre outros,como o fator tempo.Mas não reclamamos,sabemos nos doar em dobro,sabemos amar nossos filhos em dobro,e achamos aquele tempo necessário para os cuidados da casa,da aparência,do cônjuge,se os tivermos,sempre ouvi que o tempo quem faz somos nós,isso posso creditar,pois,quando queremos fazemos de um dia de vinte e quatro horas se transformar em vinte e cinco.

Mas sabemos que com toda a fragilidade que criaram em cima da mulher, elas são,digamos,superiores aos homens para amar, para sentir, para perdoar, enfim são tantas coisas que a mulher sabe fazer melhor que o homem, que seria difícil enumerá-las aqui.

Porém, sabemos que muitos homens e mulheres perdem-se na busca do verdadeiro amor por não saberem detectarem os verdadeiros sinais que os levariam a desfrutar de tal prazer que é amar e ser amado. Nessa busca, homens e mulheres determinam conceitos e características que pensam satisfazerem seus íntimos, mas o verdadeiro amor está onde menos esperamos que esteja, está onde menos conseguimos ver, pois queremos ver, e não com os olhos do coração.

Sinto que muitas das vezes, o amor mora ao lado, e pelo fato de não sabermos detectar os verdadeiros sinais, esse amor vai embora. Mas, o que leva as pessoas desistirem umas das outras,quando acreditamos que elas são as pessoas certas,mas como dizia Fernando Pessoa: ”A pessoa errada é a pessoa certa”. Pois essas pessoas são as que nos completam, porque elas têm tudo àquilo que nós não temos, e pela lei da química tudo que se opõe se atrai.

Mas como saber de tudo isso, se não vivenciarmos muitos e muitos deleites, só não saberemos se não estivermos atentos àquilo que vivemos, pois na certa, deveríamos aprender com tudo que vivenciamos.

Por estar aqui refletindo ou constatando, creio que devo ter aprendido algo com minhas vivências, ou aparentemente, concluindo o que foi minha vida ao longo desse tempo na busca do “amor verdadeiro”.

Ana Cristina Silveira
Enviado por Ana Cristina Silveira em 24/08/2009
Reeditado em 24/08/2009
Código do texto: T1771864
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