Amor ou Orgulho?

Helena passou os dois últimos dias no quarto, em sua cama embalagens de salgadinhos, chocolates e outras guloseimas fáceis de ingerir. Banho de gato, roupão, pijama e nada mais, escova de cabelo nem ao menos sabia onde estava, talvez ao lado do ultimo copo de uísque. Já não usava mais batom, deixou o salto alto no corredor, ao lado do travesseiro a única coisa que restara dele, uma camisa de futebol, suja ainda (por isso ele não a levara), única coisa a não ser as fotos que encomendara, amassadas continham toda a magoa e raiva que Helena tinha dentro do peito.

Helena já não pensava mais, deitada enfrente à TV muda o canal a cada beijo de um casal apaixonado, desistira do amor. Foram cinco anos de casamento, jogados no lixo, ralo abaixo, gastos e mais gastos, com, roupas, salão, dietas e mais dietas, tudo para se manter linda e jovem, nada adiantou ele a trocara, havia provas, fotos e a própria confissão gritada aos quatro ventos no calor da discussão. Helena entrara em choque.

Levantou-se resolveu dar a volta por cima, tirou o roupão, lavou o rosto, abaixou para pegar a toalha, outra foto, posse a chorar. “Meu Deus!” Repetia entre lagrimas, afinal "a outra" não era tão mais bonita e concerteza nunca havia ido à França, sinceramente não conseguia entender, chorou, chorou, devorou várias caixas de bombons e depois voltou a chorar.

Mais dois dias se passaram, tocaram a campainha, a casa estava bagunçada e suja, Helena mais ainda. Não queria atender, mais a campainha era insistente, talvez fosse alguma amiga a lhe socorrer ou fosse a pizza que pediu a 25 minutos, não quis se arriscar e olhou no olho mágicoa. Era ele.O que fazer? O que dizer? Parou; e durante 2 segundos um filme de sua vida passou por sua mente será que ele queria voltar? Afastou-se da porta e gritou “Já vai”.

Tirou toda roupa e se enrolou no lençol, bagunçou mais ainda a cabeleira, jogou uma água no rosto mas não enxugou, deu uns leves tapinhas no rosto, parecia que fazia sexo durante 4 dias e não que chorara todos esses. Desceu as escadas correndo, a casa era grande compraram pensando nos filhos que queriam, mas Helena sempre os adiou, (era muito nova), chegou perto da porta escutou as batidas impacientes do pé dele, abriu à porta a “meio fio”.Ele se assustou e perguntou se poderia entrar, Helena disse que não,pois estava com uma pessoa, ele quis saber quem e queria entrar de todo jeito, pois precisava conversar com ela. Com o coração na mão Helena suspirou fundo e disse que estava ocupada que ele procurasse “a outra”.Ele abaixou a cabeça, pensou “Helena sobreviveu sem mim”, olhou Helena nos olhos, disse “EU TE AMO!”.Helena com os olhos marejados e a voz fraca apenas sussurrou “Agora é tarde”.

Ele foi embora mais Helena não chorou, subiu pro quarto tomou um bom banho, vestiu um vestido florido, limpou a casa, limpou a alma, limpou o coração.

Às vezes agente nem sofre por um amor perdido e sim por um orgulho ferido!

Thaís Soares
Enviado por Thaís Soares em 17/06/2006
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