A Escada e o Poder

A casa antiga de madeira, bem preservada chamava atenção tinha as portas, as janelas e os lambrequins pintados de azul, que se sobressaiam nas paredes brancas.

Mesmo sem ser convidado ele resolveu entrar... Curioso observava cada detalhe da decoração da sala: quadros da Gioconda, um magnífico vaso com flor do campo, ampulhetas de diversos tamanhos e cores que enfeitavam os móveis, havia também grandes e antigos relógios que pela beleza e imponência pareciam ser os donos da casa. Foi então, que percebeu num canto da sala uma escada diferente; seus degraus eram de vidros coloridos, uma obra de Arte!

Resolveu subir a escada para ver a qual cômodo da misteriosa casa, ela o levaria, pois a mesma parecia não ter fim... E ele mais do que nunca queria entender sua finalidade, descobrir seu destino...

Quanto mais degraus ele subia, mais sua visão das pessoas, do mundo e de si mesmo modificava. A experiência embora fascinante assustava-o. De onde estava podia ver o Mar, o Céu, o Campo.

Já estava cansado da aventura, de viajar tendo como guia a escada, mas algo além da curiosidade o impelia a continuar a desvendar o mistério...

Quando parecia estar, supostamente, nos últimos degraus, ficou perplexo com o que viu; seu coração, a casa, sua cidade, seu país tinham o formato de um imenso tabuleiro de xadrez a rainha, o cavalo, o peão envolvidos com o “Jogo do Poder”!

Em um mundo onde o poder decide destinos, escolhe às prioridades, haverá espaço para a poesia? Para o compositor que nos escreve versos Do Mar, Do Céu, Do Campo?

Espero que sim!