Adeus cigarro, adeus coragem, adeus corpo!

Resisti ao carro blindado. Fumo, tenho claustrofobia é ideologicamente nefasto, uma provocação perigosa incitar o próprio medo ao movimento de tamanho poderio bélico-defensivo, mas quem vive arriscada e dependentemente de uma droga ainda mais nefasta, sujeita-se ao medo apenas psicológico.

O risco de asfixia e incapacidade para inspirar estava explícito, mas como disse é uma ideologia, a física da situação não se complica como a dialética que emprego, o medo pode ser nefasto, mas é abstrato e psicológico, não há empecilho físico que prejudique amelhorias, comecei, pois, uma batalha reflexiva.

O paradoxo que compõe apenas uma idéia, um ser, uma forma de pensar começou. Utilizei das até então inutilizáveis aulas de yoga e passei a concentrar-me, precisaria distanciar-me de mim mesmo e então discutir com meu corpo, articular e argumentar, convencê-lo da ilogicalidade de suas ações e afligimentos.

Tentei, falhei, tentei e acabei-me eu por convencido pelo próprio, irracional e ilógico, corpo. A agonia e falta de ar foi matando-me os brônquios, sem forças para lutar e já vencido, num psicológico derrotado, vim a falecer. Descobri, pois, que fora a melhor solução para evitar o conflito: separar-me de vez do “meu”, que nunca impus como proprietário, corpo.

(Matheus Santos Melo)

OFF:

Exercício feito em aula: faça um texto a partir do trecho: "Resisti ao carro blindado. Fumo, tenho claustrofobia é ideologicamente nefasto, uma provocação perigosa", ou seja, que parta dele; fí-lo em 35 minutos, perdoe-me os erros.