Banho de mar

Banho de mar

Entram na água fria da praia de Ramos, onde a profundidade só é alcançada depois da caminhada de uns 100 metros; dai em diante, era possível nadar no sentido da Ilha do Governador e Ilha do Fundão num mar de águas tranqüilas e limpas; de vez em quando, uma mancha de óleo das traineiras que regressavam da pesca em mar alto.Chegavam cedo e caminhavam de mãos dadas, ou abraçados pela cintura; elas com as roupas de banho da época, quando a ousadia permitia, o máximo um maiô duas peças. Caminhavam até a água atingir as axilas, onde por recomendação das mães, era o ponto que uma vez transposto, haveria risco de afogamento dos incautos. Ali ficavam abraçados vendo ao longe a faixa de areia, como se estivessem abrigados dos olhares curiosos; pouco falavam, mas o assunto era extremamente tolo, sendo rapidamente substituído pela ação; ações cada vez mais eróticas...Cada vez mais erót...Cada vez mais... cada vez...Cada...Um recuperando o fôlego, cada um recuperando o fogo; a história se repetindo até que se dessem conta da hora de voltar.Todos tinham uma história para contar; no final do programa, depois que cada um passava em casa para os cuidados gerais e recebimento das bênçãos; os amigos faziam a apuração dos resultados, como rescaldo de incêndio e passavam a criticar o comportamento daquelas jovens, que afinal de contas, não tinham direito de ser como os homens; todos procurariam no futuro uma assexuada com quem pudessem casar-se, constituir uma família sólida com cheiro de pitanga, mas com sabor de melancia; a maçã era para ser esquecida!