Arranca-rabos no Senado

Como seria bom para o país se essa safra irrequieta e troncha de políticos barulhentos enxergasse as reais necessidades sociais de seu povo e rediscutisse suas condutas ético-morais! O Congresso Nacional passa da hora de realinhar-se com os verdadeiros anseios sociais. Há horas em que nem sabemos ao certo se os eleitos pousam em um cabaré famoso ou em uma arena de touros. Parece haver um risco irresponsável aceito pelos congressistas do “isso passa logo e o povo esquece”. Os arranca-rabos têm sido uma constante vergonhosa para os parlamentares descuidados para com seus deveres constitucionais e outro punhado de gente subordinada que, por dinheiro, vende até suas próprias almas ao diabo.

Assim como o narcoterrorismo é uma prática hedionda e nefasta a todos, esse comportamento atual dos nossos congressistas é algo para lá de indefensável. Há de ter-se um basta em todo esse vergonhoso proceder e por tempos longos e não em curtas e loucas escalas.

As imagens dos nossos parlamentares estão mergulhadas na caótica galeria da descrença e do desserviço. Há entre eles as vozes condenadas do impróprio, do injusto, do inevitável. Eles são hábeis na verve da corrupção, onde apenas poucos escapam desmaculados. O joio floresceu com maior ímpeto. Se há uma instituição que deveria ter uma imagem simpática a todos nós republicanos, esta ser-nos-ia o Senado Federal. Os olhos dos tempos de liberdade já deveriam ter-lhe emprestado a maturidade simpática do dever cumprido.

E, quando o eleitor procura, bem que ele acha as fraudes intelectuais no meio parlamentar. Às escâncaras do sol do meio-dia ouve-se o inconfessável e veem-se as piores imagens de desgoverno e de imaturidade política. Pois é! Imagens mergulhadas, vozes condenadas que condenam, vícios inimagináveis, um caos!

Celebramos um século absolutamente midiático, avançamos demais, tecnologicamente falando, mas involuímos no trato humanístico. É como se nas esquinas do tempo nós houvéssemos desaprendido os instantes de sabedoria da lida ou até mesmo a andarmos cada um de nós com as nossas biografias. Devemos buscar sempre, na ampla faina do saber, as melhores traduções dos nossos comportamentos como seres humanos e como gente! Nada de mitigar a miséria ou prestar desserviços sociais.

E, assim, são estarrecedoras as últimas imagens no corpo do Senado Federal, dos senhores Senadores – o atoleiro das discussões injuriosas, as brigas de compadres, a troca de insulto. Chega a boa dose o que eles jamais deveriam pensar em fazer. E eu me pergunto: qual será hoje o real papel do Senado da República na vida justa do país? Ele faz falta? Desagrega valores cívicos? Acho que essa resposta também seria indócil e real demais para ser publicada.

A instituição carece ter muito mais intimidade com o passado histórico do país e impedir, por força constitucional, que ventos fétidos, feito hálito infiel, saiam da boca desposada de seus membros. Só no gogó não dá; é preciso mais. Que rasgue goela adentro!