Eu não usava boné!

Pode até ser a seqüência da eterna diferença de opiniões e gostos entre as gerações. Na minha época de jovem, existia sim, uma implicância dos mais velhos em relação a nós. Mas, era geralmente em relação aos cabelos, que influenciados pelos Beatles, começavam a ficar cada vez mais compridos. Porém, em contraposição a isso, mantínhamos uma postura de educação e observância de regras que penso que não fazia mal nenhum. Naquele tempo, existiam normas de conduta como tirar os chapéus ao sentar-se à mesa para as refeições, por exemplo. Era uma questão de boa educação e respeito para com as pessoas e com o ambiente onde era feita a refeição. Certo? Errado? Não sei. Só sei que era algo bom, agradável, ordeiro. Percebo que atualmente, os nossos jovens perderam totalmente esses hábitos. Não quero parecer retrógrado nem conservador, mas o que se percebe hoje, é no mínimo, deseducado e deselegante. O trato com os seus próprios corpos me parece algo meio desnorteado. São piercings cravados na pele e na carne, como um retorno aos tempos mais bárbaros dos homens primitivos. Tatuagens eclodindo aos montes, pigmentando e “enfeitando” (?) peles. Já vi muitas pessoas recorrerem a clínicas de cirurgia plástica para se livrar das incômodas e muitas vezes horríveis tatuagens. Aí, vem a necessidade de cirurgias plásticas, de tratamentos a laser e coisas do tipo. Correntes, brincos, anéis e pulseiras engrossam o novo visual de jovens e adolescentes, muitas vezes influenciados por ídolos da música ou outros artistas. Mas, sem dúvida alguma, o campeão de presença e de motivos para discórdia, são os bonés. O que deveria, a princípio, ser um acessório para proteger as cabeças em dias de sol, se tornou algo contínuo, assíduo, irremovível. O indefectível boné é usado da manhã até a noite. São inúmeras as queixas de professores em escolas e universidades, de pais nos horários das refeições e de gerentes de estabelecimentos comerciais e culturais, onde se desaprova o insistente uso do boné. Como já disse, não quero parecer um velho ranzinza, um ser do passado ou um sobrevivente de eras remotas, mas penso que o que seria um acessório para uso nas ruas, nos parques ou nas praias, se tornou parte integrante e inseparável dos couros cabeludos infantis e juvenis. Sei que se opiniões e conselhos fossem bons, não seriam dados e sim, vendidos. Por isso, não quero aqui ir de encontro a ninguém. Fica, apenas um registro de alguém que parece não fazer parte dessa época e nem entender alguns hábitos e costumes do moderno mundo em que estamos vivendo. Mas, como estamos em um mundo livre, que todos ajam e usem o que bem entenderem. E, salve-se quem puder!

Jefferson Dieckmann
Enviado por Jefferson Dieckmann em 10/09/2009
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