Sobre a Idealização do Amor

Entre conversas de amigos sempre surge aquela conversa sobre amor ideal, o que cada um procura encontrar em um outro alguém e quando me perguntavam qual era o meu padrão, sempre respondi.

Que bobagem é essa de padrão?

Eu só quero uma pessoa carinho, inteligente (deixando claro que inteligência pra mim não é saber matemática, inteligência emocional = a maturidade), que tenha gostos parecidos com os meus e etc., etc.

Mas pêra ai! Isso é um padrão, é o meu padrão, sim como qualquer outro mortal eu também idealizo o amor.

Qualquer ser humano tem o seu padrão seja ele qual for. Uns mais exigentes outros menos, mas todos têm aquilo que lhe atrai, que lhe desperta algum interesse.

Daí então em uma noite qualquer você está sem nada para fazer e resolve entrar em uma dessas salas de bate papo, afinal jogar um pouco de conversa fora não faz mal a ninguém e você vai conversando, descobrindo coisas em comum, outras nem tanto e assim a conversa vai discorrendo, a pessoa vai preenchendo a sua lista de padrões.

Bingo! Fez-se o encanto!

Mas você não se encantou por aquela pessoa propriamente dita, mas sim pela projeção que você criou.

Porque quando nos apaixonamos é pelo nosso padrão já pré-fabricado, se a pessoa conseguir atingir alguns itens de sua idealização a paixão é praticamente inevitável, só que você esquece que pessoas também possuem defeitos e que nada é perfeito, muito menos um ser humano.

Depois de um tempo de convivência coma a paixão já instalada a projeção pela qual você se apaixonou some feito mágica e a pessoa real que esteve ali ao seu lado então aparece, se sobrou algo de bom mesmo após essa projeção ter sido desligada você acaba por ligar uma nova projeção, se encantando por outras qualidades ainda desconhecidas, tolerando os defeitos, aprendendo a conviver com eles e assim as projeções são ligadas e desligadas com o passar do tempo.

O problema de tudo isso é que ninguém ainda descobriu onde fica o botão de on/off.

Borboleta da noite
Enviado por Borboleta da noite em 10/09/2009
Código do texto: T1803571
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.