A PRÁTICA DA SOLIDARIEDADE

Solidariedade... Muita gente se pergunta o que será isso...

É pena, mas é verdade.

É de sua falta que a humanidade mais se ressente...

Osculos e amplexos,

Marcial

A PRÁTICA DA SOLIDARIEDADE

Marcial Salaverry

Para falar em solidariedade, temos de entender que solidariedade, apesar de ser uma palavra simples, bastante comum, encerra em seu contexto um sentido muito profundo, pois significa algo que pode representar a vida para muita gente, pois no âmago da questão, tem um sentido moral muito amplo, eis que sem duvida alguma, nos vincula ao sentido da vida.

Representa uma ação ou um pensamento feito em conjunto, quando devemos nos esquecer da individualidade da vida. Esse é um dos conceitos da solidariedade, um pensar solidário, e não solitário.

Da mesma maneira que precisamos ser solidários, cumprindo nosso papel, desejamos sentir essa mesma solidariedade para conosco. É algo que deve sempre andar em estrada de duas mãos, pois encerra uma relação de responsabilidade mútua, quando todos buscam um interesse comum, onde cada qual se sinta na obrigação moral de oferecer seu apoio aos demais.

Para podermos dizer que somos solidários, temos que estar sempre presentes e dispostos, mesmo que não sejamos solicitados. É sermos voluntários quando for necessário.

Quantas vezes pessoas com quem temos alguma ligação passam por alguma necessidade. Dispondo-nos a ajuda-las, estaremos sendo solidários, sem dúvida.

Contudo, se encontrarmos alguém totalmente desconhecido para nós, e nos prontificarmos a ajuda-lo, aí sim, estaremos realmente sendo solidários.

Ao ajudar um conhecido, cumprimos nossa obrigação pela amizade, mas ao faze-lo com um desconhecido, cumprimos nossa obrigação com o Amigão, “socorrendo alguém, mesmo sem saber a quem”.

Sempre que nossa presença for necessária, não poderemos ter hora para partir, mas sim permanecer a seu lado, enquanto nossa presença for imprescindível, esquecendo-nos mesmo de nosso conforto, em nome da solidariedade.

Há que se notar que a solidariedade se demonstra também com palavras, já que muitas vezes pessoas nos procuram em busca de uma palavra de conforto, precisando, como se diz, “de um colinho”. E esse colinho deve ser dado, devemos ouvir com atenção e carinho as mágoas, cujo desabafo pode até ser vital para alguém.

Nesse ponto, sem duvida alguma, os campeões de solidariedade, são nossos amigos do CVV, o Centro de Valorização da Vida. Seus abnegados voluntários esquecem-se de sua vida particular, apenas para socorrer àqueles que já não sabem mais para onde se virar, a quem se dirigir. Ao chegar nesse limite, apenas poderão encontrar algum conforto discando o telefone, ouvindo do outro lado o tradicional “CVV às ordens, voluntário .... ao seu dispor, em que posso ajuda-lo?”

Realmente, não se pode falar em solidariedade sem falar no CVV. Quanto conforto espiritual já proporcionaram? Quantas vidas já salvaram? E tudo em nome da solidariedade, do fazer o bem sem saber a quem, apenas movidos pelo desejo de ajudar.

Esses heróis e heroínas ficam em completo anonimato. Nem seu nome podem usar. Os beneficiados jamais saberão a quem agradecer. E isso é o que menos lhes interessa. Basta saber que foram úteis para alguém.

Esse é o real sentido da solidariedade, quando é prestada no anonimato. Sem que se fique alardeando aos quatro ventos o que se fez em benefício de quem. A mão esquerda não deve saber o que a direita faz, e ponto final. Basta a satisfação íntima de ter feito sua parte. Basta saber que seus atos beneficiaram a alguém.

Em um pensamento solidário, vamos nos desejar mutuamente, UM LINDO DIA, sabendo que todos somos "velhos amigos", virtuais, reais, mas principalmente, amigos solidários, que jamais vão se sentir solitários...