Além das aparências... Prefiro os sabiás.

“Em situações em que chorar é inútil, só

resta dar risadas. Isso é claro, até haja

cacos a serem catados...”

Rubem Alves.

Sinto por aqueles que somente enxergam as aparências... Não estou livre disso... Mas procuro não me deixar ver apenas o que está pelas beiradas... E isso exige muito mais de mim. Ainda bem... Aparência não é essência. As pessoas neste mundo usam carapuças como proteção ou como pseudopersonalidade. Esta aparência acaba prevalecendo através dos pré- conceitos que fazemos dos outros. É natural do ser humano querer construir imagens do outro. Pré-visões... Pré-noções...

Ruim é quando essas imagens previamente construídas se cristalizam e nos impedem de ver além da aparência. E quando ver somente a aparência se torna hábito.

Os anos se passam e como dejavus as cenas se repetem... E as lembranças me recordam o livro de Rubens Alves “E aí? Cartas aos adolescentes e a seus pais”.

Em “sobre as aves e os adolescentes”, as maritacas são comparadas aos adolescentes que vivem em bandos. Mesmo após a adolescência as maritacas continuam fazendo barulho. Continuo preferindo os sabiás: “Que quando cantam, todo mundo se cala e escuta”.

Ângela Pereira.

12 de setembro de 2009.