Sem feminismo: na real.

“Eu quero um companheiro, não um dono”.

É o que se ouve das mulheres ao terminarem relacionamentos.

Ontem, no Fantástico, assisti a cenas de uma mulher que se escravizou na relação familiar.

Deu pena e também uma vontade imensa de dizer a ela: caia fora! Vire a mesa moça!

Se doer, ferir, dar raiva ou alívio, a prioridade tem que ser a liberdade.

Liberdade é um assunto que quando cogitado na atmosfera romântica,torna-se promiscuidade.

Fazer um programa qualquer sozinha é motivo de desconfiança.

E a relação vira um ato de cumprimento de pena, sem direito à fiança.

Não é à toa que muita gente compara relacionamento com prisão. Neste caso, a asfixia é a mesma.

O conceito é este: juntos, quer dizer, fundidos.

As opiniões individuais desaparecem, e nesta hora um dos dois tem que se anular e adaptar-se às opiniões do outro.

Os finais são absolutamente previsíveis.

Perdem-se amigos, liberdade e independência.

Lamenta-se, reclama-se, mas nem sempre é possível mudar.

Permanecer não provoca.

Entram aí outros sentimentos: medo da solidão, perdas, coragem, culpa.

O outro lado disso tudo é a separação.

Dói, mas quase sempre o pagamento é à vista.

Aparecem outros personagens, formam-se outros pares românticos, inevitavelmente.

Mas o discurso não muda.

É sempre o mesmo.

"Respeito sua individualidade, temos sonhos afins".

Mas logo aparecem as focinheiras.

E lá vamos nós, guiadas pela possessividade e insegurança.

Cair fora ou permanecer?

Eis a questão.