Inquietude

Acreditava mesmo que o amor era fruto do bem tratar. Como uma semeadura ou uma pesca. Sabia da necessidade da paciência, virtude que faltava-lhe à alma. Era crescida num mundo imediatista e apesar de todo o querer a que se dispunha, via-se a por os pés pelas mãos quando o quesito era esperar. Aquele era um momento diferente, era o exato momento pelo qual tanto esperara e estava testemunhando sua inquietude a botar tudo a perder. O que além de injusto podia-se dizer inaceitável. Mas como conseguir controlar a situação, se muitas vezes de maneira automática pegava-se a repetir e repetir por tantas vezes uma ligação?

É que na verdade, tendo um coração romântico e teimoso acabava por atender-lhe aos caprichos. E assim, enquanto pregava a liberdade, afastava o bem-querer com a insistência de uma alma pueril.

O difícil era então, convencer o ser querido que o desejo maior era tê-lo por perto. Que sabia sim esperar... Se ele assim o quisesse.

Tereza de Bezerra
Enviado por Tereza de Bezerra em 14/09/2009
Reeditado em 17/09/2009
Código do texto: T1810483
Classificação de conteúdo: seguro