SEM COMENTÁRIOS

Há muito não escrevo sobre o que se passa no ambiente político brasileiro. Nem mesmo a respeito dos últimos acontecimentos, desde o caso Sarney até o episódio envolvendo a Secretária da Receita Federal e a Ministra Dilma, que dariam muito o que dizer, porque envolvem valores de caráter de pessoas que estão no poder.

São episódios que refletem, infelizmente, a desmoralização dos atuais representantes do quadro político nacional. Um é presidente do Congresso Nacional e a outra é a virtual candidata do presidente da república, Luis inácio Lula da Silva, à sua sucessão em 2010.

Para as pessoas que estão informadas nada há a acrescentar. Para as desinformadas é perda de tempo. Para os informados, porém crédulos, nunca darão o braço a torcer. É como se fosse, para eles, uma questão de fé. Pegaram uma bandeira e, ainda que ela esteja mal cheirosa, não a querem largar.

Até onde iremos? A propaganda massificada procura obscurecer as mentes. É só prestar atenção nos meios de comunicação de massa. Começou com o PAC e agora a manchete do momento é o pré-sal. Fora as mentiras de educação para todos, moradias também, saúde idem. A utilização de instrumentos eleitoreiros poderosos como o bolsa-família e o salário-mínimo possivelmente irão capturar muitos votos.

Não obstante o instrumental citado no parágrafo anterior, com a finalidade clara de permanência no poder, há indicadores de que o jogo não está decidido a favor do governo. Pelo contrário e felizmente, o presidente não fez uma boa escolha para o seu sucessor. Aliás, não se poderia esperar que o presidente fosse capaz de fazer uma boa escolha. Não encontrando nomes de peso no partido, porque a maioria desmoralizou-se, criou ou fez nascer do nada uma figura que não inspira nem simpatia, nem confiança, muito pelo contrário.

São tantos os atos e práticas inescrupulosos ocorridos ao longo desse governo que a população perdeu a sua capacidade de indignação. Tornou-se submissa e conformada. Vou parar por aqui pois quase ia esquecendo-me de que intitulei esta crônica de "Sem comentários". Não adianta mesmo.

Augusto Canabrava
Enviado por Augusto Canabrava em 15/09/2009
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